Em várias oportunidades neste espaço tenho feito referência ao papel do Estado, aqui visto como ente público que representa aos anseios de uma Nação, e tem papel fundamental na regulação das relações entre a res pública e poder do mercado privado. Também já disse que a visão defendida por muitos políticos, de que o papel do Estado é focar suas energias no trinômio Educação, Saúde e Segurança, não atende a enorme complexidade da sociedade pós moderna.
Neste aspecto, a atual crise tem demonstrado, que o papel do Estado é muito importante em um conjunto de demandas que cada dia surgem, seja na regulação das relações de trabalho, seja na concessão de crédito para setores importantes da economia, na criação de políticas públicas para pessoas do mercado informal, e tantas outras necessidades que nascem em um momento tão difícil.
Assim, observa-se a importância da existência dos Bancos Públicos, como é o caso do Banrisul, que já fez mais de 90 mil operações de renegociação de débitos nas últimas semanas, ou então do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal que neste momento terão papel fundamental em dar suporte para muitos setores da economia do País, que por razões óbvias terão dificuldade em cumprir com os contratos firmados. Aliás, cabe também ao Estado discutir e estabelecer regras para o sistema financeiro privado, que deverá neste momento dar sua contribuição. Os bancos privados na sua grande maioria multinacionais, deverão participar de forma efetiva na recuperação da economia.
Outra importante linha de atuação que o Estado deve estar presente, é no campo da pesquisa e produção de medicamentos e seus insumos. Ou seja, o momento tem nos demonstrado que a falta de investimentos em pesquisa no setor da saúde, nos torna dependentes de tecnologias alienígenas, que por razões de mercado estão tardando para chegar. Para ilustrar, o Brasil não consegue aplicar testes rápidos do coronavírus, pois depende de insumos de outros Países.
Frente aos poucos exemplos acima, a vida real novamente tem nos dito que, neste momento complexo, o papel do Estado de fundamental para alavancar a economia, seja com a concessão de crédito, seja com a própria redução de seu custo de manutenção.
