O governo do Estado tem pronta a versão preliminar dos modelos orientadores de protocolos para a reabertura das escolas no RS, mas eles trazem orientações genéricas sobre vários pontos, que não esclarecem muitas das dúvidas comuns a alunos, pais, professores, gestores e funcionários. O Executivo ainda debate internamente e com as entidades representativas das instituições de ensino, e não anunciou protocolos oficiais. Por isso, por enquanto, a versão preliminar não tem qualquer validade. Ela é dividida em nove protocolos: Gestão; Higienização Pessoal; Entrada/Saída de Alunos; Distanciamento; Instalações; Desinfecção; Alimentação/Cantinas; Ensino e Transporte.
Caso seja mantido o formato preliminar, serão instituídos comitês regionais, municipais e locais que responderão pela organização dos espaços escolares, entre elas a “capacitação da equipe diretiva, professores, servidores, responsáveis pelos alunos e alunos com noções básicas sanitárias: entrada passando pelo espaço de desinfecção (tapete na frente das salas de aula), uso do álcool gel, utilização da máscara, colocação de proteção nos professores e servidores (EPIs), procedimento para lavagem de mãos.” Conforme havia adiantado o governador Eduardo Leite (PSDB), o documento prevê que as formas de ensino ofertadas serão presenciais e não presenciais, mas não dá detalhes, informando que as diretrizes serão estabelecidas e normatizadas.
O documento também estabelece que os alunos sejam “incentivados a todo momento a manter o distanciamento controlado”, sem detalhamentos. E cita que poderá ser necessário dividir os alunos em grupos e em “várias salas de aula para garantir o distanciamento necessário, conforme modalidade de Ensino (Educação Infantil 2m/ Educação Básica (EFIeII/EM/EP) e Ensino Superior 1,5m).”
No documento ainda em gestação não há maiores instruções sobre como se dará o uso de máscaras em crianças e adolescentes, previsto no protocolo Gestão. Nem menções específicas a situações que são parte da vida escolar fora da sala de aula, como o uso de espaços comuns durante intervalos e recreios e a circulação e permanência em escadas e corredores. Há determinação para a manutenção de portas e janelas abertas nos ambientes de ensino, sem especificações sobre como manter isso nos meses de inverno. E, ao mesmo tempo, há orientação para que os aparelhos de ar condicionado sejam higienizados semanalmente se utilizados.
Todas as medidas básicas como lavar as mãos com água e sabão e a disponibilidade de álcool em gel estão previstas, mas o item Desinfecção já gera questionamentos. A versão preliminar prevê, por exemplo, a limpeza das salas de aula somente a cada troca de turno. A de banheiros, pelo menos duas vezes a cada turno. E a de pontos de contato, como maçanetas e corrimãos, ao menos duas vezes ao dia. E, por enquanto, nos pisos, o chamado ‘espaço de desinfecção’ consiste na disposição de tapete com a solução água/cloro ativo na frente das salas de aula.