Tiago Mairo Garcia
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Uma data que merece ser valorizada pela sua importância para a sociedade. Hoje, 25, é celebrado o dia da indústria. Também conhecido como “setor secundário”, a indústria, como um todo, representa 20,9% do PIB do Brasil, mas responde por 70,1% das exportações de bens e serviços, por 72,2% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento e por 33% dos tributos federais (exceto receitas previdenciárias). A data de 25 de maio foi escolhida como Dia da Indústria em homenagem ao patrono da indústria nacional, Roberto Simonsen, que faleceu em 25 de maio de 1948. Simonsen foi um engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político. Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e atuou como presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
Considerado o principal município do Vale do Rio Pardo, Santa Cruz do Sul possui uma indústria consolidada que gera empregos, produz receitas e movimenta a economia. O município conta com 483 indústrias desde as pequenas empresas (MEI) até as maiores. Conforme a relação de contribuintes de 2019, disponibilizados pela Secretaria Municipal da Fazenda, as indústrias do setor tabagista lideram o ranking de arrecadação tributária, o que mostra a força do setor e a sua importância para o desenvolvimento do município. Chamada de indústria da transformação, o setor representa por 28% do total de trabalhadores com carteiras assinadas no município. Dentro deste contexto, as indústrias de processamento de tabaco e cigarreiras respondem por um terço do contingente e por aproximadamente 6 mil trabalhadores safristas contratados todo ano por estas empresas, sendo altamente representativo e com retorno econômico ao município.
A secretaria municipal de desenvolvimento econômico de Santa Cruz do Sul, Carina Panke da Silva, destaca que a indústria de tabaco faz parte da história econômica de Santa Cruz do Sul, e, junto com seu crescimento, contribui para o desenvolvimento de outras indústrias como a metal-mecânica, madeireira, entre outras, que complementam a atividade deste setor. “Da mesma forma sabemos que foi e continua sendo responsável pela maior parte da arrecadação tributária neste segmento, e, além de gerar emprego e renda aos nossos munícipes, também contempla nosso interior onde temos muitos agricultores produtores de tabaco. Isto demonstra o quão importante é esta atividade, não somente para o setor industrial, mas também para o desenvolvimento de nosso município”, disse a secretária.
O vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Flávio Haas, destaca que o setor industrial do tabaco é relevante para a economia do município e do Estado. “Apesar de ser combatida, a indústria do Tabaco é amplamente legal e busca a sua manutenção no mercado com opções e alternativas para se manter forte e em crescimento. espero que o setor continue sendo relevante e em crescimento, sendo responsável por grande parte do desenvolvimento do município”, destacou.
INCENTIVOS
Sobre o acréscimo de novas indústrias, a secretaria Carina Panke da Silva destacou que a prefeitura possui lei de Incentivos a Indústria que contempla auxílios para os investimentos iniciais no Município. “Esses incentivos são para atrair empresas, ou para que já estão estabelecidas, oportunizar ampliação. Temos também como incentivo para microempreendedores de Santa Cruz do Sul a estrutura do Berçário Industrial e fomentos através do Banco do Povo”, destacou ela. Por sua vez, Flávio Haas salientou que a duplicação da RSC 287 no trecho entre Tabaí e Santa Cruz do Sul facilitará ainda mais a vinda de novas indústrias para Santa Cruz do Sul no futuro. “Agora o Governo do Estado está finalizando a licitação para a duplicação da RSC 287 que vai contribuir ainda mais para atrair novas oportunidades e investimentos, sendo uma referência logística que certamente vai aumentar os investimentos no município”, destacou.
Sobre o momento atual da indústria, que também foi afetado pela pandemia do coronavírus, a secretária destacou a preocupação com a situação, salientando que todos os setores foram afetados pela redução de produção e consequentemente acarretando diminuição nos faturamentos. “Este cenário deixará marcas e ensinamentos para o futuro econômico do Município e todos munícipes, no entanto a Prefeitura está em constante estudo para que este momento deixe o menor impacto negativo. Uma das ações já em curso foi preconizado pelo Prefeito Telmo Kirst que determinou a criação do Programa de Recuperação de Renda das Pessoas Autônomas ou Micro e Pequenas Empresas operacionalizado através do Banco do Povo”, frisou Carina.
Flávio Haas destacou que Santa Cruz possui várias industrias que exportam para o mundo e que neste momento de crise o setor precisará se adequar a nova realidade causada pela pandemia para continuar mantendo as suas atividades. “Santa Cruz tem na indústria a sua pujança devido as industrias locais serem exportadoras para o mundo todo, gerando um bom retorno para os cofres públicos e para as empresas. A industria sempre será relevante para Santa Cruz e agora terá que adequar essa nova realidade após a pandemia. Temos empresários e gestores competentes que podem interpretar bem esse cenário para que possam ter bons resultados no futuro”., finalizou o vice-presidente regional da FIERGS.
Ranking de arrecadação 2019
1º Philip Morris Brasil
2º Universal Leaf Tabacos
3º Metalúrgica Mor
4º JTI
5º Souza Cruz
6º Premium Tabacos
7º Nestlé Brasil
8º Excelsior Alimentos
9º Associação Tobacco
10º Xalingo
Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda