Estamos todos em busca de um novo tempo que nos devolva a tranquilidade de poder retomar minimamente nossas atividades rotineiras, mas parece que isto não vai ser fácil.
Em momento algum, na história recente da humanidade, vivemos situação semelhante, de confinamento de todos os homens, em todo o planeta, por conta de um vírus, invisível, mas muito perigoso, que está assolando o mundo inteiro, sem perspectiva de solução próxima.
A vida está ameaçada perigosamente, especialmente algumas faixas etárias, disseminando medo e ameaça às pessoas próximas de nós. Além disso, o cuidado com a proteção para evitar contágio está produzindo verdadeiro pânico, impedindo que as pessoas possam estar nos locais que habitualmente frequentavam.
Romper este status quo é o que todos desejamos ardentemente, mas é preciso calma e paciência para aguardar quando isto será possível com segurança.
As pessoas mais idosas podem nos ajudar na reconstituição da memória, quando ir para a cidade era um risco por causa de contágio de doenças, e as crianças tinham que tomar gotas de bálsamos alemão numa pedrinha de açúcar (!) para evitar contágio.
Hoje estamos voltando aos tempos de procurar recursos que nos protejam de uma doença mortal e contra a qual não há vacina nem proteção garantida.
Pobre humanidade que evoluiu ao longo dos séculos, investindo recursos em fórmulas e pesquisas para tantos males, e acaba tristemente derrotada por um vírus que se transformou em verdadeiro flagelo para todos os seres humanos, até os confins da terra.
Já que não há solução científica, vou concluir com a poesia da Cora Coralina para amenizar o desfecho: “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir e chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir. Não morre aquele que deixar na terra a melodia do seu cântico na música dos seus versos”.
OSVINO TOILLIER – Mestre em Educação e Vice-Presidente do SINEPE/RS