A participação mais intensa do Estado na economia, é uma característica geralmente associada às políticas de esquerda. Lembram do termo “economia planificada”, relacionado à antiga União Soviética? Nos tempos do comunismo soviético, o governo de extrema esquerda era antiliberal – portanto, não havia livre mercado – e o Estado colocava suas gigantescas mãos sobre as atividades econômicas.
O que os soviéticos faziam era uma forma mais radical de intervenção estatal. Diferente do comunismo, a social-democracia estabelece uma participação significativa do Estado na economia, mais suave em comparação à União Soviética, permitindo que o mercado tenha um importante grau de liberdade. Governos de centro-esquerda, ou de centro, ou até de centro-direita, adotam uma participação significativa do Estado – em alguns casos, quando o mercado está em crise e o Estado precisa estancar a sangria financeira.
Atualmente, o mercado está extremamente prejudicado pela pandemia do novo coronavírus, pois há uma redução das atividades econômicas. Governos liberais de direita – como os de Bolsonaro e Trump – estão descolocados pois precisam aplicar uma política econômica de esquerda. Bolsonaro e Trump precisam colocar dinheiro do Estado na economia, para atenuar a possível recessão do PIB em 2020 e para diminuir as mazelas sociais de uma crise econômica que poderá entrar para a história.
A crise econômica está estabelecida e não pode ser evitada, pois a saúde é prioridade na fase em que nos encontramos. Mas a participação do Estado na economia trata-se de uma necessidade, para diminuir o tamanho da crise.