Tiago Mairo Garcia
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) já está trabalhando internamente para definir medidas que possam auxiliar os produtores gaúchos atingidos pela estiagem que assola o Estado desde o mês de dezembro e que tem gerado inúmeros prejuízos para a produção agrícola.
Em contato realizado na tarde da última segunda, 30, com o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, se posicionou sobre o problema climático que atinge o Rio Grande do Sul. Também participaram da fala o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, e o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio.
A ministra questionou quais eram os pontos mais urgentes dentre todas as pautas que foram entregues pela Fetag/RS e demais entidades. Silva informou para a ministra que tudo o que foi passado para ministério é absolutamente indispensável e que é preciso agilidade para socorrer o produtor rural, com maior destaque para o bolsa estiagem, o financiamento para capital de giro de R$30 mil e a renegociação dos financiamentos bancários.
Tereza Cristina salientou ao presidente da Fetag/RS que o Mapa está trabalhando nas pautas, sendo que, segundo ela, horas antes houve uma reunião com a bancada federal gaúcha, que também está cobrando ações do governo. Ainda na noite da última segunda, 30, a ministra da agricultura reuniu-se com o ministro da economia, Paulo Guedes, para encaminhar os assuntos para votação no Conselho Monetário Nacional. Teresa Cristina também informou que irá se reunir com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, para tratar do bolsa estiagem.
O contato da ministra com a entidade ocorreu após a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG/RS) emitir uma nota oficial no último domingo, 29, cobrando medidas do Governo Federal para auxiliar os produtores gaúchos atingidos pela estiagem. “A Federação exige que o Governo Federal tenha respeito pelos agricultores castigados pela estiagem, pois ainda não respondeu a pauta entregue pelas entidades para que os efeitos possam ser amenizados, deixando a categoria que mantêm a economia neste momento à mercê de suas ações e decisões. A agricultura não pode mais esperar. Está agonizando. Está cansada de tanta espera e de tanto discurso.”, disse a entidade em nota assinada pelo presidente Carlos Joel da Silva.
Ao avaliar o posicionamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Joel da Silva destacou que a ministra se comprometeu a anunciar medidas nos próximos dias. “Acredito que teremos boas notícias em breve, o que é muito bom, pois o agricultor não pode esperar mais”, frisou o presidente da Fetag/RS.
Situação de emergência
Conforme dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, até a tarde de terça, 31, um total de 253 municípios comunicaram problemas com a estiagem no Estado, sendo que 231 cidades gaúchas decretaram situação de emergência, com 121 municípios com o decreto homologado e 103 com decreto reconhecido. Outros 22 municípios ainda não decretaram situação de emergência, sendo apenas registros no sistema integrado da Defesa Civil.