Este é um desafio aos valentes. Aos que merecem e aos que acham que merecem.
Precisamos urgentemente de valentes para contribuir na política. Segundo opinião generalizada, governantes, parlamentares e seus partidos estão sem credibilidade. É hora de contar com os que estão de “fora”, observando e criticando.
Precisamos de valentes que não se corrompam, que não caiam em tentação quando estiverem no poder. Para isso, devem obter credenciais de bom comportamento: não furar fila, não passar outros para trás nos negócios, pagar os impostos, cumprir as leis de trânsito e as leis justas, educando os outros pelo exemplo, todos os dias. É cansativo, mas é necessário.
Precisamos de valentes que entendam as regras do jogo político, para fazer melhor que os atuais mandatários. Para isso, devem comprovar que participam de atividades na sua comunidade, em conselhos e conferências de políticas, em reuniões sobre assuntos públicos. É cansativo, mas é necessário.
Precisamos de valentes que saibam identificar as más intenções dos espertalhões. Afinal, é comentário generalizado que Lula e Dilma “deviam saber” o que estava acontecendo na Petrobras e nos órgãos de governo. Por isso, é preciso apresentar comprovante de ciências cultas ou ocultas sobre a sua capacidade de identificar se alguém é um larápio ou se é gente boa. É meio difícil conseguir esse comprovante, mas é indispensável.
Precisamos de valentes que se elejam sem dinheiro de caixa dois, que defendam um imposto adequado para os super-ricos, taxação pesada sobre os lucros dos bancos, a reforma dos meios de comunicação, o empresário produtivo contra os ataques do setor financeiro, o povo contra as reformas do capitalismo selvagem, os municípios contra a concentração de recursos em Brasília, os crentes contra deputados-pastores de má índole. É meio difícil conseguir votos quando se assume esses compromissos, mas é imprescindível.
Se tivermos muitos desses valentes fazendo campanhas vitoriosas a deputado e senador nas eleições de 2018 vamos mudar o país. Vamos poder exigir do Lula, novamente eleito, um mandato melhor que os mandatos de 2003-2010, ou exigir de outro presidente eleito que faça tudo o que não foi feito antes.
A hora da valentia já começou. Você está sendo chamado. Falas inflamadas na mesa do bar, na sala de aula, na roda de amigos não estão resolvendo. O jeito é arregaçar as mangas. E mostrar a valentia na prática.