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Uma grande final

E o Brasil tem a grande chance, neste sábado, de enfim conquistar o campeonato olímpico de futebol masculino. Depois de várias tentativas frustradas (três pratas, dois bronzes e um quarto lugar), a Seleção pode redimir (ou revalorizar) o futebol brasileiro em uma final contra a Alemanha, que, em 2014, fez o que todos nós sabemos. O 7 a 1 poderá ser superado (ou suavizado) na grande decisão pelo ouro.

Curiosamente, uma das primeiras vezes em que eu torci por futebol foi nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Era uma semifinal entre Brasil e a então Alemanha Ocidental. Com a narração vibrante de Galvão Bueno, a Seleção do técnico Carlos Alberto Silva venceu nos pênaltis com grandes defesas do Taffarel, então goleiro do Inter.

Dois anos depois, em 1990, a Argentina eliminou o Brasil na Copa do Mundo e, na final entre argentinos e alemães, torci para a Alemanha. A partir dali me tornei admirador do futebol alemão. Um futebol ofensivo, de forte marcação, grande técnica e capacidade tática. Tive a satisfação de ver grandes times da Alemanha, como o que foi campeão da Euro em 1996 (com Matthias Sammer na posição de líbero, um jogador extraordinário). E, depois, os times das Copas de 2010 e 2014, verdadeiramente estupendos. Que seja uma grande final. Tem tudo para ser.

Já a seleção feminina, após golear as suecas por 5 a 1 na fase de classificação, perdeu nos pênaltis para a mesma Suécia na semifinal olímpica. Me lembrou a Copa do Mundo de 1954. Na primeira fase, Alemanha 3 x 8 Hungria (isso mesmo, oito). Na final, Alemanha 3 x 2 Hungria. Alemanha campeã.

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Na terça-feira, o Inter comemorou os dez anos do primeiro título da Copa Libertadores. Após o jogo festivo, ouvi as entrevistas, entre outros, de Pedro Iarley e Wason Rentería, dois grandes atacantes do time de 2006. Curiosamente, ambos eram reservas, o que reforça uma das principais qualidades daquele Inter: um grupo de jogadores maravilhoso, com titulares e reservas de alto nível. Na campanha vitoriosa, Rentería fez um gol antológico contra o Nacional em Montevidéu (exorcizando o fantasma da final de 1980, quando o Nacional foi campeão sobre o Inter. Após, na semifinal contra o Libertad do Paraguai, outro fantasma sumiu, pois em 1989, na semifinal, o Inter foi eliminado dentro de Beira-Rio por outro clube do Paraguai, o Olimpia).

Com a venda de Rafael Sóbis, Iarley virou titular no Mundial e jogou um futebol excepcional contra o Barcelona. Três anos antes, em 2003, Iarley jogou muito pelo Boca Juniors na final mundialista contra o Milan. Grande Iarley… Muito legal a declaração dele, que trabalha na base do Inter, convocando o torcedor neste momento difícil do clube em 2016.

Outro reserva de luxo era Perdigão, que fazia passes de forma brilhante, lançava muito, mas muito bem… Uma noção de profundidade impressionante.

(Nelson Treglia – interino)