Gre-Nal mostra as diferenças
Felipão mostrou neste Gre-Nal da Arena, com 47 mil torcedores, como é fácil fazer futebol. Aliás, vem mostrando desde que começou o Gauchão, quando perdeu Barcos e Moreno para os cofres do clube. Sem grandes jogadores, precisou descobrir garotos e montar um time para o Gauchão e para as demais competições do ano… Enquanto isso, no Beira-Rio, mais uma vez, além dos jogadores que tinha, o Internacional trazia reforços e possibilitava ao técnico formar dois times. Diego Aguirre vinha vencendo com os dois. Apesar disso, em pequenos detalhes, deixava claro que se perderia ali adiante. Detalhe como fazer Jorge Henrique titular numa posição que tinha Alex, Anderson e que poderia escalar Valdívia, Nilton… No último domingo o técnico colorado precisou misturar os dois times, fazer um só para o Gre-Nal. Aí surgiu o problema que os colorados, cegos de amor, não imaginavam, mas que os profissionais do futebol já previam. Sem o seu titular “importante” Jorge Henrique, precisou escalar o meio campo para jogar na Arena contra um time certinho e encaixado do Felipão, ai veio o problema. Tinha Valdívia como destaque nos últimos jogos, goleador do time na temporada, Alex e Anderson que, mesmo fora de formar ,é diferenciado, mas escolheu Nico Freitas. O time do Grêmio foi muito, mas muito superior no primeiro tempo, perdeu várias chances de gol, mesmo tendo o Inter três volantes. Os três sem entrosamento, sendo que Rodrigo Dourado e Aránguiz estavam fora de posição e com isso não se achavam em campo. No segundo tempo entrou Valdívia. Aí tudo ficou no seu lugar, o Internacional cresceu, criou várias chances de gol e, para parar o goleador colorado, Geromel, destaque do Grêmio no primeiro tempo, teve que cometer uma falta na entrada da área. Como já tinha amarelo foi expulso. Um jogador a menos e o Grêmio perdeu o controle do jogo. O empate passou a ser um bom resultado. O Inter apesar da vantagem numérica não conseguiu marcar e se o Aguirre escalar o time certo, com cada jogador em sua posição, a vantagem é do Internacional por jogar em casa. O Grêmio, no entanto, tem Felipão e um bom time de futebol. É um grande Gauchão e as finais estão encerrando com chave de ouro a competição…
Valmir Louruz, o cidadão
A morte de Valmir Louruz na quarta-feira deixou todos os gaúchos, e principalmente os mais ligados ao futebol e a ele, muito, mas muito tristes. Nem falando profissionalmente, jogador do Inter naquele grande time da década de 70, quando nem chegou a ser titular, também do Caxias do Felipão, mostrou qualidade mesmo de treinador. Louruz comandou aquele time do Brasil de Pelotas na campanha inesquecível de 85 no Campeonato Brasileiro, quando ficou em terceiro lugar, ganhou do time do Flamengo com Zico e todos os seus craques e foi ele também o comandante do Juventude no histórico título de campeão da Copa do Brasil. Louruz era um técnico competente, teve passagens pelo exterior, mas incrivelmente agora treinava escolinhas de futebol nos projetos pagos pela prefeitura, já que não foi mais contratado por nenhum time profissional… Louruz era um cidadão, educado, gentil, admirado por todos aqueles que com ele conviveram, jogando, sendo comandados ou simplesmente no dia a dia. Foi um exemplo a ser seguido por todos os jogadores, treinadores ou cidadãos comuns, não ligados ao futebol. O Rio Grande lamenta a morte de Louruz nesta semana de Gre-Nal e do término do Gauchão que tanto ele disputou…
Paulo Brito | [email protected]