Não pode ser considerada uma grande surpresa a eliminação do Atlético-MG no Mundial. Diante do que aconteceu com o Inter em 2010, a derrota do Galo mineiro para o Raja Casablanca não pareceu uma novidade. Pode-se dizer, inclusive, que os times sul-americanos costumam ter dificuldades nas semifinais contra equipes menos conhecidas, desde que a competição ganhou os moldes atuais, em 2005. Mesmo quando vencem, os sul-americanos sofrem bastante. Já os europeus passam com facilidade pela semifinal.
Essa realidade é até natural, levando em conta o poder de investimento dos europeus. No caso de Atlético x Raja Casablanca, havia um agravante para os brasileiros: o jogo acontecia no país do adversário, o que, de alguma forma, influi. Tanto no aspecto ambiental quanto em termos de motivação. Afinal, representar o país-sede é uma injeção de ânimo.
Derrotas de brasileiros para africanos não são uma anormalidade. Nas Olimpíadas de 1996 e 2000, nossa Seleção foi eliminada por Nigéria e Camarões, respectivamente.
Porém, isso não diminui a decepção que foi o Atlético. O futebol mineiro ainda não possui título mundial de clubes, pois o Cruzeiro já tinha sido derrotado nas duas vezes em que esteve no torneio (1976 e 1997). Se levarmos em consideração que Minas é uma potência nacional do futebol junto com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a comparação dos mineiros com os outros três estados fica prejudicada. Os três já tiveram equipes campeãs mundiais.
Sem meio-termo
Tanto a dupla Ave-Cruz quanto a dupla Gre-Nal entram em 2014 com desafios bem claros. Grêmio e Inter buscam um grande título. Se não conseguirem, é fracasso. O Tricolor obteve sua última grande conquista em 2001. Já o Colorado não vence uma competição nacional desde 1992. A história recente dos dois clubes pesa nos objetivos para o ano que vem. Vai ser difícil escapar do fracasso, mas quem sabe algo de bom acontece?
Na nossa dupla Ave-Cruz, também não há meio-termo. É subir para a Primeira Divisão, ou nada. O lado positivo da Divisão de Acesso é que se trata de um campeonato onde Avenida e Santa Cruz podem conquistar o título. Na Primeirona, é bem mais complicado. Mas, acima de tudo, o futebol da cidade precisa contar com seus representantes na elite do futebol gaúcho.
Não duvido da possibilidade de ambos subirem. Seria memorável, pra ficar na história do esporte santa-cruzense. Eu, particularmente, não faria tal previsão. Não sei se muitos fariam. Mas devemos torcer para que isso aconteça.
Por Nelson Treglia (interino)