Estou acompanhando atentamente a dupla Ave-Cruz nestas rodadas finais do Gauchão, aliás, faltam duas para terminar a fase de classificação da Taça Farroupilha. O Avenida tem pela frente o Novo Hamburgo em Novo Hamburgo, jogo muito complicado, e depois o Veranópolis nos Eucaliptos, numa verdadeira copa do mundo. O Santa Cruz que vencia com tranquilidade o São José por 3 x 1, acabou cedendo o empate e poderia estar bem mais tranquilo, segue com essa ameaça de rebaixamento que não é normal na vida do Galo. Mudando de assunto, passei a semana no centro de Porto Alegre fazendo o Jornal do Almoço num estúdio de vidro montado pela RBS por causa do aniversário da cidade. Maravilhoso o contato com o público. Quarta-feira estive o dia inteiro em Lajeado para os programas do meio-dia e narrando o jogo da noite entre Lajeadense e Inter. Só elogios pra tudo que vi. Estádio moderno, maravilhoso, time bom, enfim. Lajeado evoluiu no futebol em todos os sentidos, enquanto nós de Santa Cruz demos uma parada no tempo. Não temos estádios e não tivemos pelo menos este ano um bom time, nem no Avenida e nem no Santa Cruz. O que houve?
Os treinadores de futebol quase sempre falam em suas entrevistas sobre a importância de ter um bom elenco, vários jogadores para cada posição. Veja só o Vanderlei Luxemburgo que insistiu na contratação do Pará, muito criticada por muitos já que o Grêmio tinha Mário Fernandes e Gabriel, dois bons laterais. Pois o Mário está machucado, e o Pará virou opção para as duas laterais. Sem grupo time nenhum vai muito longe. Kleber, a grande contratação para o ano da Arena, agora vai ficar 120 dias fora. Quem vai jogar? Como é que fica o ataque? Bertoglio pode bem quebrar o galho por ali, se bem que entraria melhor no meio. Então, time que tem onze bons jogadores, e opções fracas, acaba usando quem está fora, e não mantém o mesmo futebol. Veja o Inter. Meio-campo titular: Guiñazu, Tinga, Oscar e D’Alessandro. Meio-campo reserva: Bolatti, Elton, João Paulo e Dátollo. E ainda tem o Jajá, atração dos últimos jogos, que a rigor é reserva do meio-campo reserva. Com a lesão do Kleber, o Grêmio precisa abrir o olho para a formação do grupo, um grupo de qualidade, pois só assim vai disputar títulos importantes.
Falei durante a transmissão de Internacional e São José, quando Damião chutou o chão numa grande chance de gol, que ele estava em má fase. Não foi exatamente o que eu quis dizer. Na verdade, a frase certa é: O Damião ainda não voltou a ser o Damião do ano passado. E isso é verdade. Damião não perdia gol, Damião passava lotado por qualquer goleiro que parasse na sua frente. Damião dava lambreta, fazia gol de bicicleta e com os braços abertos não deixava qualquer zagueiro ganhar a frente das jogadas. Mas Damião não está em má fase, foi exagero meu. Pelo contrário, ele continua sendo um grande goleador, jogador de seleção brasileira, ídolo colorado. Porém, comparado com ele mesmo, ainda é muita diferença.