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A despedida de um estádio

Comecei a frequentar o Estádio Olímpico em 1970, depois da Copa do Mundo no México, quando chegava a Porto Alegre. Lembro, chovia muito na final e o Brasil ganha e é tricampeão do mundo. Logo me adaptei na cidade-sorriso e, pela ironia do destino, fui morar na Azenha, esquina com Ipiranga ao lado do Posto Ancheta do ex-zagueiro do Grêmio. Casa do imortal tricolor, o Olímpico Monumental de tantas glórias, decepções, vitórias, derrotas e poucos empates.

No último Gre-Nal do Estádio Olímpico, passou um filme dos momentos felizes que passei com a turma do Tênis Clube Partenon e da turma do Champagnat. Fui às lágrimas, as emoções estavam à flor da pele. Lembrei-me dos amigos. Tantas vezes nós nos dirigíamos ao “casarão da Azenha” como carinhosamente chamávamos. Os botecos aonde íamos antes dos jogos para tomar umas geladas. Vendo depoimentos de ilustres gremistas emocionados, com a voz embargada de emoção, não teve só um gremista neste Rio Grande do Sul que não fosse às lágrimas dando adeus ao velho estádio.

Ser gremista é mais que uma paixão. Vendo a manifestação de toda o torcida, reconhecemos a importância desta grande família tricolor. Vendo a homenagem aos ex-jogadores que receberam o devido reconhecimento da direção gremista. Ver jogadores como Joãozinho, que fazia dupla com Alcindo naquele time hexacampeão gaúcho, nos remete a uma parte da história inesquecível. Vamos para casa nova, a nossa Arena, uma casa mais confortável e luxuosa, um dos mais belos estádios do mundo, mas nada fará esquecer estes 58 anos de estádio Olímpico.

“Noite alta, céu risonho, a quietude é quase um sonho, o luar cai sobre a mata, qual uma chuva de prata de raríssimo esplendor, só tu dormes e não escutas o teu cantor, revelando à lua airosa, a estória dolorosa desse amor… Estádio Olímpico Monumental”.  (Vicente Celestino)

“Nada existe que não possas vencer”.