Tudo começou em Santo Antônio da Platina, no Paraná. A cidade de pouco mais de 40 mil habitantes possui 9 vereadores. Em junho, os parlamentares chegaram a aprovar o aumento dos próprios salários. Porém, uma cidadã “colocou a boca no trombone” e as imagens correram o Brasil via redes sociais. A população compareceu em peso à votação e o “tiro acabou saindo pela culatra”. O salário dos vereadores, que dobraria de R$ 3,7 mil para R$ 7,5 mil, caiu para R$ 970,00.
A manifestação, considerada histórica, desencadeou um “efeito dominó” e se espalhou por várias cidades do país que também aprovaram a redução dos contracheques dos cargos do Executivo e do Legislativo. Agora a “onda” chegou com tudo ao Rio Grande do Sul.
No Brasil, política virou profissão. Uma espécie de emprego. Por isso, além da redução dos subsídios das câmaras municipais é preciso acabar com a profissão de político. E conferir um novo papel aos representantes eleitos: servir a coletividade, representar a vontade popular e colaborar com o desenvolvimento do município sem que tenham que depender do dinheiro obtido às duras penas do contribuinte para manter seu sustento. A exemplo dos cargos de presidente do Rotary, do Lions ou da Liga de Combate ao Câncer, a atividade pública precisa ser conciliada com a particular para a subsistência. O que já acontece com sucesso em alguns países. Na França, por exemplo, a função é gratuita, existindo apenas a possibilidade de reembolso de despesas. No Reino Unido eles recebem apenas uma remuneração do tempo gasto com o trato das questões municipais. Em Portugal, recebem por sessão.
Se o mesmo acontecer no Brasil, finalmente poderemos votar em candidatos que pensam no povo, e não no bolso.