Indignado com a derrota por 7 a 2 para a Asif de Ibirubá, sábado, em Cachoeira do Sul, o presidente da Acafutsal (time que disputa a Série Ouro do Gauchão de futsal), Teco Tasch, ameaçou fechar as portas do clube.
Para quem nunca ouviu falar de Teco, ele foi um futebolista, e quando estava sobre as travas de uma chuteira, jogava por amor à camisa e não tirava o pé nas divididas. Em 1987, quando eu estava na SER Caxias, os dirigentes do time grená me contavam barbaridades sobre ele. Por várias vezes tornou-se destaque na imprensa esportiva serrana, sendo chamado até de herói. Certa vez, um jogador adversário falou-lhe ao ouvido: “Cara, o que você ganha por mês eu ganho por minuto”. Resultado: o jogo terminou 1 a 0, gol do raivoso Teco.
É por essas e outras que acho compreensível a sua atitude de indignação após assistir ao adversário deitar e rolar em cima de um time apático, sem raça, sem sangue, dócil, em pleno Derlizão. E pior, sem poder entrar em quadra para mostrar como se faz.
Entretanto, é preciso entender que o fracasso não é o fim. Pelo contrário, em qualquer área da vida, a derrota faz parte do jogo. Como disse Michael Jordan: “Errei mais de nove mil arremessos. Perdi mais de 300 jogos. Em 26 ocasiões, acreditaram que eu ganharia o jogo no arremesso decisivo e errei. Fracassei, fracassei muito na minha vida. E é por isso que eu sou um vencedor”. Quando somos derrotados não significa que devemos desistir, mas, sim, que devemos recomeçar de um jeito diferente, transformando os erros em lições, não em fracassos.
Se você pensa que um erro, um insucesso, um fracasso é o fim, observe o momento em que Evander Holyfield relata em seu livro “Holyfield, a luta de um campeão”, quando jogava futebol americano antes de se tornar uma das lendas do boxe, diz à sua mãe que pendurará as chuteiras:
– Você vai o quê?
– Vou desistir mamãe.
– Por quê?
– Eu tentei! Dei tudo de mim, mas fracassei.
– Não desista. Você nunca vai saber o que acontecerá se não terminar o que começou. Conclua o campeonato. Lute para alcançar a excelência. E, depois, se quiser sair… saia.
Evander Holyfield, mesmo não sendo escalado nos jogos seguintes, não deixou o fracasso subir à cabeça e permaneceu firme até o fim. Que possamos fazer o mesmo… sempre!!!