Não sou fã de MMA. Apesar de ser o esporte que mais cresce no mundo, acho violento. Deve ser porque eu nunca dei um soco em ninguém, sei lá… Mesmo assim, fiquei acordado até as 3 horas da madrugada de domingo só para ver a volta de Anderson Silva ao octógono. Eu nunca havia assistido lutas do UFC até o dia que vi o Spider fraturar a perna após dar um chute em Chris Weidman, em 2013. Uma imagem chocante! Achei que ele não lutaria mais. Mas eu (e muita gente) estava errado. Anderson deu um exemplo de superação. Além de vencer a falta de respeito de Nick Diaz – que parecia aquele amigo abusado que chega na nossa casa abrindo a geladeira e deitando no sofá –, venceu seu medo de não conseguir fazer aquilo que mais ama: lutar. “Não existe dor nem sofrimento, ganhando ou perdendo eu vou continuar fazendo o que eu amo fazer”, postou em sua página no Facebook, depois da vitória.
Na mesma madrugada, o governo aumentou o preço dos combustíveis para cobrir o furo da corrupção na Petrobras. Eu já senti no bolso o aumento. Paguei R$ 3,59 pelo litro da gasolina comum. Barbaridade!
Meu consolo é que superação é a palavra que define o brasileiro. Quando viaja, além de colocar a vida em risco desviando dos buracos, o brasileiro ainda tem que arcar com os prejuízos causados pelas más condições das estradas. Quando fica doente e precisa buscar atendimento no SUS, o brasileiro constata o total abandono desse serviço público que, na maioria das vezes, é a sua única alternativa. Quando se aposenta – depois de contribuir uma vida inteira com o INSS –, o brasileiro descobre que só com o dinheiro da aposentadoria não conseguirá manter o seu padrão de vida. Mesmo assim, o brasileiro jamais desacredita na sua capacidade de superação.
Por isso, nós vamos conseguir superar mais essa. Assim como Anderson Silva contrariou muita gente que achava que ele iria jogar a toalha, nós também vamos usá-la para secar o suor e continuar correndo atrás do prejuízo.