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Já apanhou da "Porcina"?

“Você já apanhou da Porcina?” foi um dos posts mais curtidos e comentados no Facebook essa semana.
Porcina, ou Cecília, como é popularmente conhecida, é uma andarilha implicante e rabugenta, que no meu tempo de guri vivia perambulando pelas ruas de minha cidade com um saco nas costas, de cara amarrada, descarregando sua irritação nas pessoas. Lembro de uma vez ter levado uma guarda-chuvada dela ao descer do ônibus. Mas eu não fui o único a apanhar da Porcina. Ao ler os comentários no Facebook nunca ri tanto escrevendo um artigo. Dê uma olhada:
“Eu já apanhei na missa”, “Tá louco, já me deu um soco no braço”, “Apanhar não, só cusparada”, “Ela me mandou pro inferno, e eu estava grávida e fiquei com medo da praga dela”, “Eu entrei no ônibus depois de sofrer um acidente e ela me olhou e disse: tu tá morrendo, vai lá pra trás”, “Me indignei quando vi ela dar uma sapatada num pobre de um cachorrinho”, “Ela acertou uma guarda-chuvada no meu carro, fez um barulhão, achei que tivesse amassado tudo”, “Eu ia caminhando pela rua quando levei uma sacolada pelas costas. Era ela!”, “Eu levei um corridão dela na praça”, “Eu perguntei as horas e ela me respondeu: vai comprar um relógio crina de égua”, “É verdade que ela era rica e o marido matou seus sete filhos queimados, e que ela era professora e ficou louca de tanto estudar?”, “Já ouvi muitas histórias sobre ela, até mesmo que era homem, mas o que sei é que ninguém gosta dela, e quando morrer vai ser destaque na capa do jornal”.
No início do ano se espalhou a notícia de que a “velha do saco” teria sido encontrada morta. Boato logo desfeito depois de alguém tê-la visto em Porto Alegre. O certo é que, infelizmente, toda cidade tem suas “Porcinas”. E, mesmo que sejam taxados de loucos ou mal-educados, nós temos que concordar que eles se tornam personagens folclóricos bem conhecidos na cidade. Que Deus os proteja!