Apologia ao estupro ou não, o deputado federal Jair Bolsonaro, no mínimo protagonizou cena de desrespeito em plenário ao dizer que não estupraria a deputada e ex-ministra de Direitos Humanos Maria do Rosário. A chapa esquentou e ele tentou consertar o estrago, mas acabou piorando a situação ao dizer, durante entrevista à imprensa, que “Maria do Rosário não merece ser estuprada porque é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria”. Num país onde uma mulher é violentada a cada 12 segundos, o candidato mais votado no Rio de Janeiro nas últimas eleições pode ter cavado a própria sepultura.
O respeito anda meio sumido, você não acha? É o filho que levanta a voz para os pais. É o vândalo que invade e depreda a escola. É o estudante rebelde e indisciplinado que desafia o educador em sala de aula. É o aluno que agride a professora dentro da escola. É a torcida que chama o jogador negro de macaco. É o vendedor que entrega um produto diferente daquele que foi anunciado. É o governo que não valoriza os profissionais da educação. É o motorista que avança quando o pedestre está atravessando a rua na faixa. É o pedestre que se lança em frente aos automóveis e atravessa fora da faixa. É o governante que promete obras à população, mas elas nunca saem do papel. É o usuário do SUS que tem que esperar meses por uma consulta ou exame. É o deputado homossexual que chama os cristãos de doentes e ofende o Papa, líder da Igreja Católica. É o presidenciável que insulta os homossexuais em rede nacional de televisão. É o cidadão que joga lixo na rua. É o internauta que pratica bullying virtual contra as pessoas. É a pessoa que não cumpre com o horário determinado e não se dá conta que está desrespeitando a outra pessoa. É o motoqueiro que circula entre os carros, no chamado “corredor”, e coloca em risco a própria vida e a dos outros…
Semana passada, por exemplo, quando eu pus o pé na faixa de segurança em uma das ruas mais movimentadas aqui de Chapecó, fui surpreendido por um motoqueiro em alta velocidade que não respeitou o sinal vermelho. Tive que pular para cima da calçada para escapar da moto. E ele ainda me xingou de fdp. Acredita?!
Aí eu pergunto a você, querido leitor: Você sabe onde foi parar o respeito?