Lá pela década de 1990, o amigo surfista Flávio Boabaid me ensinou uma lição que ainda carrego comigo: “A vida é semelhante às ondas do mar, que uma hora estão lá em cima e outra lá embaixo”. O que ele quis dizer é que ninguém é bem-sucedido ou fracassado o tempo todo. Nunca se é tão vencedor nem tão perdedor quanto se imagina. Nós “estamos vencedores” ou “estamos perdedores”. É como o atleta que se encontra num bom ou mau momento. E a Copa das Copas tem mostrado isso.
O capitão Casillas, melhor goleiro da Copa da África do Sul, depois de sofrer cinco gols da Holanda na estreia saiu de campo reconhecendo que teve sua pior atuação com a camisa da Espanha. Guillermo Ochoa, o mexicano cabeludo que parou o ataque brasileiro, foi destaque nos jornais do mundo inteiro e chamado de “El héroe nacional” pela imprensa do México. O que ninguém sabia é que o goleiro estava desempregado e era rejeitado por 80% dos torcedores do seu país.
A papatudo “Fúria” espanhola, que veio ao Brasil como a primeira seleção a fazer a trinca de títulos: Euro 2008, Mundial 2010 e Euro 2012, confundiu cabeça erguida com nariz empinado e virou saco de pancadas dos adversários. Teve que voltar mais cedo para casa. Fred, que terminou a Copa das Confederações como artilheiro, passou em branco nos primeiros jogos do Mundial e, mesmo com o gol – em impedimento – contra Camarões, ainda não convenceu. Virou motivo de zoações nas redes sociais: “Não Fred e nem cheira”.
Júlio Cesar, que em 2010, contra a Laranja Mecânica, falhou na jogada do gol que resultou na eliminação temporã do Brasil no torneio, deu a volta por cima, voltou a brilhar e é um dos principais destaques da Seleção canarinho. E não posso deixar de citar o craque português Cristiano Ronaldo, o “jogador-andorinha” (sozinho não faz verão), eleito o melhor do mundo de 2013, que não foi poupado nem pelo presidente da Fifa pelo fiasco em campo: “O Cristiano prometia muito, mas entregou pouco. Prejudicou nosso evento, decepcionou seus fãs e a todos os amantes do futebol”, esbravejou Joseph Blatter.
E você, está bombando ou enfrentando algum “armagedon” pessoal? Está com grana sobrando na conta corrente ou ela está no vermelho? Seu casamento é feliz e “para toda a vida” ou a relação está em risco? Independentemente do seu bom ou mau momento, mantenha a serenidade em qualquer situação, pois tudo pode mudar num instante. Afinal, a vida é um sobe e desce sem parar.