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Carnaval: eu pulei fora!

O Ibope revelou que 57% dos brasileiros não gostam, detestam ou gostam pouco do Carnaval (os desfiles das escolas do Rio registraram a pior audiência já obtida pela Globo com uma transmissão de Carnaval) e que 65% aproveitam o feriadão para descansar. Eu também me incluo nessa turma.
Na minha juventude eu frequentei alguns bailes. Meu pai fundou o Bloco da Alegria lá no Irapuá, município de Caçapava do Sul, e me levava para pular nos salões do interior. Anos depois eu fiz parte do bloco Colorado Eu Sou, no ziriguidum de um Clube Social em Cachoeira. Epa, um gremista no bloco de colorados? Calma, vou explicar: acontece que eu trabalhava numa empresa onde todos torciam pelo Inter e como eles haviam criado o bloco, não quis ser a ovelha negra. Mas exigi que na minha camiseta constasse “Colorado eu não sou”.
Desde então não entro no ritmo da folia, não assisto aos desfiles e não dou a mínima para a invasão de peitos e bumbuns na TV. Gosto é de descansar no feriado. Nesse eu fui com a família para o sítio dos amigos Gelci e Neri Bevilacqua, no município catarinense de Jardinópolis. Desliguei meu celular e me desliguei do mundo por quatro dias para recarregar as baterias. Uma maravilha!
Mas por que a maioria dos brasileiros não gosta de Carnaval? O site IG Delas fez essa pergunta. Eis as principais respostas:
A festa não é a mesma de antigamente: ela perdeu sua inocência e está muito longe dos antigos bailes de salão com as tradicionais marchinhas.
O Carnaval cega a sociedade e apaga os problemas do país: durante o feriado, as discussões sociais são deixadas de lado e dão espaço para os desfiles.
O ano só começa depois do Carnaval: essa máxima virou desculpa para justificar a má vontade de algumas pessoas.
Abandono de regras morais: tem gente que pensa que o Carnaval é um passe livre ao desrespeito. Todo canto vira mictório.
Clima excessivo de pegação: As autoridades públicas de saúde se “viram nos trinta” para colocar o bloco da prevenção na rua. Esse ano, 104 milhões de preservativos foram distribuídos.
Alegria em excesso é falsidade: há foliões que acham que a folia é a melhor hora para “jogar os problemas para o alto e ser feliz”. Porém, com a quarta-feira de cinzas pode vir o peso da culpa e o sentimento de vazio.
Por essas e outras, mesmo que algum amante dos confetes e serpentinas torça o nariz, como a maioria dos brasileiros, esse foi mais um Carnaval que eu pulei para fora dele.