Oficialmente, o Dia Mundial da Criança é comemorado em 20 de novembro, data que a ONU reconhece como Dia Universal das Crianças. Porém, no Brasil, em 1924, o presidente Artur Bernardes oficializou o dia 12 de outubro como o Dia das Crianças. Aproveitando a deixa, em 1960 a fábrica de brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson lançaram em parceira a promoção Semana do Bebê Robusto. O sucesso de vendas foi tão grande que desde então o dia 12 de outubro começou a ser comemorado com presentes e se tornou importante para o comércio de brinquedos no Brasil.
Mas não são apenas as crianças que curtem esse dia. Basta sair à rua para constatar que no Dia das Crianças muitos pais jogam as obrigações profissionais e os problemas para o alto e voltam aos tempos de infância. Atitude benéfica para fortalecer o casamento, pois um estudo da Associação Americana de Psicologia afirma que, entre outros benefícios, pais que brincam mais com os filhos evitam brigas em casa.
Para sair do sedentarismo familiar, eu tenho o costume de levar o José Henrique (meu filho de 7 anos) para brincar na pracinha nos fins de semana. E enquanto tomo chimarrão e leio um livro, noto que, normalmente, a maioria das crianças brinca sozinha ou com outras crianças sob o olhar atento das mães. Infelizmente, pouquíssimas vezes os pais estão presentes, já que eles trabalham bastante e sobra pouco tempo para brincar com os pequenos. No entanto, no Dia das Crianças foi diferente. As praças estavam abarrotadas de pais e mães brincando com os filhos.
O José Henrique adora o Kid’s Club, no Shopping Iguatemi Caxias. Domingo resolvi cumprir minha promessa de levá-lo para se divertir e não tive como não entrar na brincadeira. Fizemos várias cestas no Basket Pump, jogamos as bolas nas abelhas no Sonho de Mel e acertamos os hipopótamos quando saíam da toca no Hipo Dance. Senti-me uma criança novamente – pelo menos por um dia.
Na segunda-feira voltei a ser uma pessoa adulta, com um “relógio na cabeça”, e deixei de brincar. E senti raiva de mim mesmo: por que quando eu era criança tinha o desejo de crescer e agora que cresci tenho o desejo de ser criança? A conclusão é que ninguém cresce porque quer, mas por obrigação. Ainda bem que tem um dia que o adulto pode voltar a ser criança.