Daniel Szczupak, 12 anos, é uma forte promessa no tênis brasileiro. Líder do ranking carioca e vencedor da Copa Itaú de Tênis Escolar 2012, o garoto treina três horas diárias, de segunda a sexta. Fã de Rafael Nadal, quando não está praticando o esporte, aproveita o tempo para assistir aos jogos do atleta espanhol. Daniel quer se tornar um profissional. Mas não gosta de ir à escola. No sábado, quando estávamos na varanda do apartamento de seus pais, observando o mar, ele me fez a seguinte pergunta:
– Porque tenho que passar cinco horas por dia na escola recebendo informações que talvez nunca vá usar na vida?
Não é nenhuma surpresa: a escola, para muitos, é vista como um castigo. E o Daniel não é o único que não tem por ela o mínimo gosto. Há matérias chatas e, dependendo da profissão, poucos conteúdos contribuirão para o dia-a-dia no trabalho. Ou você já usou a fórmula de Bhaskara alguma vez na vida? Eu nunca.
Mesmo assim, expliquei ao Daniel que todo aquele que deseja ter um futuro próspero, independente da profissão que escolher, precisa passar pela escola. Há uma busca constante pelo prazer, mas é preciso fazer renúncias para alcançar o objetivo.
– Quando você tem que disputar um torneio fora do Rio de Janeiro, precisa pegar um voo. Talvez não goste de avião, mas gosta do esporte. Para fazer o que gosta, às vezes, tem que fazer o que não gosta – expliquei.
Aí eu pergunto a você, amigo leitor: O que fazer para aumentar o interesse do aluno pela escola? A utilização de recursos digitais pode ser uma alternativa para “agradar” a geração Y? Como manter essa geração de acesso fácil às tecnologias numa escola que o espaço multimídia tem apenas um computador e duas televisões com videogames emprestados, como acontece aqui de Caxias?
Pois é, num país onde a educação é do século 19, os professores do século 20 e os alunos do século 21, é preciso promover mudanças urgentes nos padrões de ensino. Do contrário, chegará o dia que o professor escreverá no quadro-negro e o aluno anotará no smartphone. O professor aconselhará o aluno a pesquisar o assunto em livros e o aluno acessará o Google. O professor sugerirá que a apresentação do trabalho seja feita através de cartazes e os alunos utilizarão recursos digitais. É como alguém disse: “O jovem não quer mais trocar a tela do computador por um quadro-negro”.