Você se considera um romântico à moda antiga, do tipo que manda flores e abre a porta do carro para sua mulher? Ou acha isso brega ou ultrapassado?
A última edição da revista Linda, inspirada no novo hit do rei Roberto Carlos “Esse cara sou eu”, brindou seus leitores com uma belíssima reportagem sobre alguns gaúchos que cultivam o romantismo no relacionamento amoroso. Após ler a matéria corri até a floricultura onde compro flores para a Marta quando retorno de uma turnê de palestras e perguntei à atendente se ainda há homens que costumam dar flores às mulheres. Ela me respondeu que, mesmo que o século 21 tenha tirado um pouco do romantismo das pessoas, ainda existem homens assim.
É surpreendente, pois em tempos de encontros superficiais, ser romântico, para muitos, é sinônimo de bancar o tolo. E há um obstáculo adicional: o excesso de compromissos profissionais que pode fazer com que a relação caia na rotina. E se o homem começa a esquecer de datas importantes para o casal, corre o risco da mulher “armar o maior barraco”. Ano passado, nos EUA, um homem esqueceu o aniversário da esposa. Iniciou-se, então, uma discussão entre o casal. O caso foi parar nos tribunais e o juiz optou por uma sentença romântica: ordenou que o marido comprasse flores, escrevesse um cartão de “feliz aniversário” e levasse a esposa para jantar fora.
Mas será que o “cara” ultrarromântico descrito na canção do Roberto agrada as mulheres do século 21?
Eu sou casado há 20 anos. Conheci a Marta em 1988 e quando a vi pela primeira vez, foi amor à primeira vista. No início, achei que amá-la seria suficiente para que eu fosse o “cara” da vida dela para sempre. Porém, logo constatei que se quisesse que ela se sentisse amada eu tinha que reafirmar constantemente que a amo através de palavras e ações que demonstrem carinho. E surpreendê-la romanticamente.
No ano passado, por exemplo, organizei um jantar à luz da Lua, para comemorar o aniversário de casamento. Às escondidas arrumei a mesa na sacada, servi um pernil de javali assado, acompanhado de arroz branco, farofa e uma garrafa de vinho tinto. Talvez você esteja pensando: “Bah, Sérgio, há tantos restaurantes deliciosos na Serra para levar sua esposa e você fez um jantar na sacada?!” Pois é! Nos outros anos eu fiz exatamente isso, mas naquela noite, iluminado pela luz da Lua, arranquei suspiros da Marta: “Amor, você me surpreendeu!”. Não preciso dizer que me senti o tal homem de “Esse cara sou eu” ao agradar minha mulher.