Por ser escritor e atuar como palestrante nas áreas de motivação e atitude por este país afora, seguidamente as pessoas me fazem a seguinte pergunta: Você já pensou em concorrer a um cargo público?
Eu cresci no meio politico. Meu pai foi vereador em Cachoeira do Sul e presidente da Câmara em 1987. Seguidamente eu o via levantar-se de madrugada para atender as pessoas que batiam lá em casa. E toda vez que eu e meu irmão dormíamos nos sofás da sala (quando sobravam hóspedes e faltavam camas), nós erámos obrigados a nos levantar também. No dia seguinte, íamos para a escola com os olhos vermelhos e inchados de sono.
Mas crescer vendo meu pai não sendo dono da própria agenda não é o motivo que me faz recusar os convites dos partidos para concorrer ao Legislativo Municipal. A principal razão, além de não ter vocação para a política, é que eu não saberia como dar o meu melhor em uma atmosfera onde confiar e ser confiado, ainda que seja possível, é muito difícil.
Em 31 de maio de 2008 a imprensa cachoeirense noticiou que meu nome, caso fosse colocado como candidato, poderia ser a grande surpresa da eleição. No dia seguinte, o Jornal do Povo esclareceu que ser político não vinha ao encontro da minha visão de futuro: “O escritor Sérgio Almeida, líder de todas as pesquisas informais para ocupar a vaga de candidato surpresa a vereador, negou neste final de semana que esteja pensando em concorrer. Segundo relatou, muitas pessoas vieram cumprimentá-lo pela novidade, mas ele negou, uma vez que não é filiado a nenhum partido” (JP 02/06/2008).
Caro leitor, antes de votar pela popularidade analise bem se o candidato, a exemplo de Charles Henriquipedia (ator do Pânico), Cumpadre Washington (cantor do É o Tchan), Marquito (do programa do Ratinho) e a Mulher Pêra (que divulgou em seu site uma foto em que pintou o número no bumbum), está realmente capacitado a desempenhar um bom papel na câmara de vereadores ou apenas busca num cargo público uma alternativa de estabilidade na vida.
Eleição é coisa séria! Ao pôr o voto na urna você está dando uma procuração em branco para que o candidato, caso eleito, represente os interesses da população. E somente o fato dele ser conhecido do povo não significa que será um bom fiscal da aplicação dos recursos públicos ou que terá aptidão para analisar e aprovar as leis propostas pelo Executivo. Assim sendo, vote pela competência, não pela popularidade.