A imprensa brasileira noticiou que o Brasil ocupa a primeira colocação no consumo mundial de crack e a segunda no número de cheiradores de cocaína. Em tempos de Olímpiadas são duas medalhas bem indigestas.
A Polícia Civil e a Brigada Militar de Cachoeira do Sul, numa atitude louvável e necessária, decretaram guerra contra o comércio de drogas e colocaram 30 suspeitos atrás das grades. Mas os juristas e ativistas políticos parecem ter um jeito melhor de combater o tráfico e diminuir a violência: liberando a comercialização de drogas. E o povo está se convencendo de que essa é a melhor solução, pois a enquete realizada pelo site do Senado sobre o projeto de lei que prevê que não há crime para quem adquire, guarda ou traz consigo drogas para consumo próprio mostrou que 84,92% dos internautas apoiam a proposta.
Bem, caso o porte de drogas para consumo pessoal deixe de ser crime, as produtoras de cigarros terão a oportunidade de diversificar seu mix de produtos. Por conseguinte o governo poderá arrecadar mais impostos. E nós seremos bombardeados por novas publicidades, ressaltando os méritos dos novos produtos. Todo vitorioso, rico e com semblante feliz aparecerá com um cigarro de maconha na boca e um copo de cerveja na mão. E a moçada imatura será persuadida a associar as drogas (como muitos já o fazem com o fumo e o álcool) a prestígio e riqueza.
Pois, amigo leitor, talvez você me rotule de velho ou fora de época, mas se eu concordar com mais essa aberração estarei indo contra o que meus pais e professores me ensinaram. E pior, a favor daqueles que criam instrumentos jurídicos “legais” para justificar a imoralidade. Já imaginou como seria o mundo se o aborto, a pedofilia, o estupro, o roubo, o homicídio fossem tratados como algo normal? Você acha que isso nunca vai acontecer?
Em Quaraí, o juiz absolveu um homem que manteve relações sexuais com uma menina de 12 anos, baseado na alegação de que a menor não era mais virgem.
Em Belo Horizonte, um ladrão assaltou uma padaria, foi pego pelo proprietário, tomou uma sova e entrou na justiça contra ele alegando que se sentiu humilhado e quer indenização por danos morais.
Não é brincadeira, não! Os valores estão invertidos. O mundo está ficando de cabeça para baixo. E, caso chegue o dia em que tudo seja relativo, eu espero não estar aqui para dar à mão à palmatória ao escritor Paulo Coelho que disse que nada é totalmente errado, já que até um relógio parado está certo duas vezes ao dia.