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Trate o atendimento como trataria uma arma carregada

Já não é de hoje que um atendimento de qualidade pode agregar valor ao produto. O mercado está cada vez mais competitivo e não há dúvida que o atendimento deixou de ser gentileza para se transformar num forte diferencial. Prestar um bom atendimento é levar ao cliente a certeza de que se está profundamente interessado em servi-lo. E os pequenos e médios estabelecimentos contam com uma vantagem sobre os grandes: podem oferecer um atendimento customizado, individualizado, mais personalizado. Por isso é importante que essas empresas atentem ao conselho da professora universitária e escritora curitibana Eliane Doin: “Se você atender bem o cliente, ele volta. Se você ignorá-lo, ele dá a volta”.
Visitando a Fenarroz em Cachoeira do Sul resolvi comprar uma mateira nova. Apesar de não ser um exímio conhecedor da história farroupilha como meus pais e meus irmãos, eu aprecio vários costumes campeiros como o carreteiro de carne, de linguiça e de charque, o churrasco e o chimarrão. Particularmente sou daqueles que sorve um amargo o dia todo. E como minha vida de escritor e palestrante é viver na estrada, nunca deixo de levar junto os apetrechos para o chimarrão.
Encontrei um estande gaúcho e entrei à procura da mateira, mas logo notei que o moço, proprietário do negócio, não parecia muito disposto a se levantar para me atender. Permaneci um tempo “namorando” as mateiras, analisando os preços e, quando senti que estava “atrapalhando”, me retirei. Não que eu seja um cliente especial. Longe disso! Minha grana não vale mais do que a grana dos outros. Mas eu sou um cliente. E acho que isso basta, não acha?
Por sorte, logo adiante, encontrei outro estande. Nem bem coloquei o pé dentro, o atendente me perguntou sorridente e bem disposto: “Em que posso ajudá-lo?”. E me mostrou cada uma das mateiras que ele tinha à venda. Resultado: após parabenizá-lo pelo ótimo atendimento, comprei a mateira em couro natural que estava procurando.
Quando passei pelo primeiro estande não pude deixar de notar o olhar de “achei que ele não iria comprar” do rapaz. É como diz o ditado: “Na vida se aprende pelo convencimento ou pelo sofrimento”. E naquela tarde de domingo ele aprendeu que todo o comércio em geral deve tratar o atendimento como trataria uma arma carregada. Da mesma forma que ela pode proteger, ela pode matar.