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Nos Bastidores – 77

Casa de Passagem

Uma casa de acolhimento, de endereço sigiloso, com capacidade para atender até dez pessoas em período que vai de 72h a 120 dias, dependendo da gravidade da situação, com acompanhamento de psicólogas, assistentes sociais e pedagogas – é a Casa de Passagem voltada para mulheres vítimas da violência. O ambiente já está em funcionamento, mas teve regimento interno oficializado na manhã desta quarta-feira, no gabinete da prefeita Kelly Moraes. Foram endossar a importância do ato, o promotor Eduardo Ritt, do Ministério Público e a delegada Lisandra Castro de Carvalho da Delegacia da Mulher, representantes de inúmeras entidades parceiras, da Câmara, secretários e imprensa.
Fotos: Ataídes de Souza
O grupo envolvido diretamente com a Casa de Passagem
 
 
Quebrar o ciclo da violência
A coordenadora da Casa, Marilene Alves Conceição, desenhou a violência doméstica, que assiste estampada nas mulheres que acolhe e garantiu que o afastamento do lar é o melhor caminho para tentar quebrar o ciclo de violência. As mulheres abrigadas passam antes pela avaliação de risco, feita por psicólogos e assistentes sociais, é averiguada a situação eminente de risco de morte, o perfil da violência, o histórico do caso, se há situações criminais, uso de drogas e característica de violência contra animais – tudo é investigado para um diagnóstico do quadro.
 
Acolhimento
Ontem em Rio Grande, uma mulher que já havia registrado dez boletins de ocorrência – BO contra o marido foi baleada e só não morreu porque o celular no bolso do casaco, a salvou de um tiro no coração. Agora recebeu cuidados e abrigo. A Casa de Passagem quando prevê uma situação de risco intenso (armas de fogo em casa, tráfico de drogas) realiza a avaliação mesmo antes do BO, porque a maioria das mulheres teme registrar ocorrência e só o faz após acompanhamento psicológico. Quando a violência ocorrem em finais de semana e feriados, a Delegacia da Mulher abriga direto e no dia seguinte é dado o andamento, explicou Marilene.
 
Sexo frágil
O secretário do Desenvolvimento Social, José Osmar Ipê da Silva, ilustrou sua fala com música do cantor e compositor Erasmo Carlos: “Dizem que mulher é sexo frágil, mas que mentira absurda…”. “Nosso trabalho vem mostrar a importância e a relevância da mulher”, pontuou.
 
Difícil separar
O promotor Eduardo Ritt ressaltou que a existência de filhos pequenos, a falta de condições de se auto gerir e até mesmo a ignorância de leis e direitos impedem muitas vezes separar a vítima do agressor. O abrigamento temporário permite que ela saia do ciclo de violência a que está submetida – é essencial esse instrumental, reforçou, colocando o Ministério Público à disposição para tentar minimizar a questão da violência contra a mulher.
 
Existe outro lado da violência
A prefeita Kelly disse que a luta pela Casa começou quando foi Secretária do Desenvolvimento Social no governo Sergio Moraes. Mas que os trâmites legais trancaram e atrasaram o andamento – houve tentativa de negociação com uma casa da Apae que acabou sendo vendida a terceiros, a empresa contratada para construir a Casa no ano passado abandonou a obra, mas agora deu tudo certo – . “Não digam que é por ser ano eleitoral, jamais irei até lá ver essas mulheres, só quero mostrar para elas que existe outro lado da violência”, pontuou. “A gente está tendo a coragem de botar a cara na rua e ir em frente, mas não queremos que haja muita demanda”, finaliza se referindo aos números da violência. A Delegacia da Mulher registra aproximadamente 100 ocorrências por mês de violência contra a mulher, na maioria por lesão corporal e ameaças.
 
 
Licitação do transporte coletivo urbano
Pressionada pelo Ministério Público, que acena com uma pesada multa de R$4milhões, a Prefeitura pretende concluir hoje a licitação do transporte coletivo urbano. Na sequência, chama audiência pública para a próxima semana, em dia a ser marcado. Posterior a isso A licitação vai para a Agersant para então ser lançada publicamente.
 
Semáforos para o trevo
Na tentativa de solucionar a pendenga das melhorias no trevo do Fritz e Frida no acesso à Linha Santa Cruz, a Kopp Tecnologia de Vera Cruz ofereceu semáforos para instalar no local e a execução um projeto para viabilizar a mudança. A novidade foi pauta da reunião ocorrida na terça, 26 pela Amorlisc, a associação do Bairro. Um ofício será enviado ao Daer solicitando autorização para instalação dos equipamentos. A Kopp diz que em suas semanas instala.

PDT na balança
O presidente do PDT local Ilmor Vianna e o coordenador regional Bruno Faller estiveram em reunião com a prefeita Kelly (PTB) e o vice Campis (PT) na quarta-feira, ratificando seu interesse em permanecer na coligação e apoiar a dupla para o próximo pleito. A visita, no entanto, tinha um porém. O pedetista Rui Barbosa de Souza vai lançar candidatura à majoritária na convenção da sigla no sábado – apesar de não ser do agrado da presidência, se aprovada, esta forçará a saída do PDT da coligação situacionista. Nas proporcionais o PDT coliga com o PSD de Alberto Winck. A convenção do PDT é neste sábado, no Corinthians, a partir das 9h.
 
PCdoB
O PCdoB, presidido por Ernani Pereira (ex PV) também faz convenção no sábado, 30, entre 13h e 14h, na Rua Assis Brasil, 875. 
 
Plano Safra
“Ideia é juntar todas as ações para a Agricultura no Rio Grande do Sul, uniformizando as estratégias junto com o Governo Federal”, resumiu o secretário do Desenvolvimento Rural (SDR) Ivar Pavan (foto), quando de sua visita na segunda, 25. Ele apresentou um relato da sua Pasta e garantiu que em julho o Estado vai lançar o seu próprio Plano Safra, estabelecendo estratégias, ações e prioridades para o setor produtivo rural. “Vamos fazer algo articulado com o Governo Federal para que o Estado não caminhe na contramão do restante do País”, destacou. Segundo o secretário, a criação da nova secretaria pelo Estado no ano passado seguiu uma tendência da União, que também trabalha com políticas públicas de desenvolvimento para a área rural.
Foto: Jacson Miguel Stulp/CaseMKT
 
 
Tabaco sem fim
Entre os desafios da SDR, Pavan disse que é fundamental dotar as pequenas propriedades de infraestrutura. “Principalmente energia e comunicações, para reverter o quadro de abandono do campo. Temos dados que em dez anos 276 mil produtores deixaram o campo. Assim, os municípios têm um papel importante, pois através deles conseguimos nos aproximar dos produtores”, pontuou. Sobre a produção de tabaco, Pavan foi enfático. “A curto e médio prazo não vejo a produção de tabaco ter fim. Vamos ter produção nos próximos 30 anos. O que defendemos é que precisamos diversificar, agregando valor à propriedade”.
 
Assuntos gerais
Outro assunto tratado na reunião da Amvarp foi a liberação de recursos do PAC 2, para municípios associados. O prefeito Carlos Gilberto Baierle trouxe a intenção do Vale do Rio Pardo de se reunir em consórcio para obter o maquinário, em especial as motoniveladoras. Passo do Sobrado e Vale Verde querem receber a motoniveladora, mas a demanda nas estradas não é tão grande – juntos, conseguirão preencher os requisitos do edital. Além da motoniveladora, cada município deve ser contemplado com uma retroescavadeira. Surgiu a possibilidade do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) ser cadastrado e contemplado para gerenciar as máquinas.