Tiago Mairo Garcia
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Um time motivado e confiante na conquista de uma inédita e histórica medalha. É com esta perspectiva que a delegação brasileira de Eisstocksport estará embarcando para a disputa do Campeonato Mundial da modalidade, que ocorrerá de 3 a 14 de março, em Regen, no sul da Alemanha. Nesta sexta, 21, parte da delegação composta por 22 pessoas estará viajando para o país europeu e o restante seguirá no dia 29 de fevereiro.
No total, serão quatro equipes brasileiras que disputarão a competição nas categorias Sub-16, Sub-23 (com competidores mistos) e adulto masculino e feminino. Desde o final de 2019 os atletas têm intensificado os treinamentos diariamente na pista do Centro Cultural 25 de Julho. A atleta e assessora de comunicação da equipe, Josiléri Link Cidade, destacou que para a disputa do mundial a equipe foi contemplada com a aprovação do projeto “Semente Olímpica – Eisstocksport”, publicado no dia 13 de dezembro no Diário Oficial do Estado, oriundo da lei de incentivo ao esporte (Pró-Esporte RS) da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer, com os valores captados através de recursos patrocinados pela empresa Xuk Bebidas, de Santa Cruz do Sul. “Foi um aporte financeiro muito importante e que está viabilizando essa participação brasileira mais expressiva no mundial com as categorias menores. É um incentivo ao qual a gente só tem a agradecer a empresa pelo apoio e por acreditar em nosso esporte”, destacou Josiléri.
A equipe brasileira conta com 21 atletas de Santa Cruz do Sul e uma atleta de Lajeado, que atua no Centro Cultural Alemão e disputarão com outras 29 seleções a busca por medalhas na competição. O presidente da Federação Gaúcha Desportiva de Eisstocksport (FGDE), Sérgio Böhm, salientou que o Brasil disputará o sétimo mundial, salientando que as equipes adultas e sub 23 já têm experiência de disputar os jogos na pista de gelo e com baixas temperaturas. Já a equipe sub-16 terá a primeira experiência no gelo. “Com certeza ajuda, mas não teremos o mesmo tempo de treino que as equipes europeias e outras que têm condições de treinar no gelo todo ano. Vamos treinando a 40 graus e lá teremos que jogar a menos de 10 graus que mantém o gelo. Mesmo com as dificuldades, estamos prontos e preparados para obter bons resultados em todas as categorias”, frisou o presidente.
Sobre a possibilidade da modalidade ser um esporte olímpico nos próximos jogos de inverno, Böhm frisou que integrantes do COI (Comitê Olímpico Internacional) estarão em Regen acompanhando a competição. “Há dois anos tivemos a aprovação prévia e a modalidade está trabalhando para atingir todos os requisitos exigidos pelo COI, mas estamos confiantes que o Eisstocksport subirá esse degrau e se tornará um esporte olímpico e seja inserido nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026 na Itália”, finalizou o dirigente.
Individual por equipe, a chance real de medalha para o Brasil
Sétima colocada no último mundial, disputado em 2018, considerado o melhor resultado para o Brasil na modalidade, a santa-cruzense Márcia Reis, da categoria adulto feminina, é uma das atletas com chances reais de obter medalha na competição. A atleta, que participa de mundiais há oito anos, destacou as dificuldades com o clima frio e as baixas temperaturas e salientou o alto nível dos atletas na competição. “A expectativa é enorme, pois criamos algo a mais em função do que conquistamos. O 7º lugar no mundo é especifico, pois disputamos com 40 mulheres e jogamos com as melhores. Para nós, que não temos gelo e treinamos no calor, é uma superação, pois é muito difícil competir com as adversárias”, destacou.
A atleta frisou que a equipe está fortalecida e acredita em bons resultados. “Nos treinos, a equipe tem se empenhado. Vamos ter as adversidades do clima, dos equipamentos no gelo e vamos superando a cada mundial. A equipe jovem aprende e se adapta rápido e está mostrando bons resultados, mesmo com pouco tempo de jogo”, destacou. Ao finalizar, a atleta, que vai para o oitavo mundial, salientou que sua meta é estar entre as 12 melhores do mundo. “Já me darei por satisfeita se conquistar essa meta no individual. Por equipe, estamos com um time bem pensado e com estratégia para o mundial, e no individual por equipe, ficamos em 4º lugar nessa modalidade por cinco pontos. O campeão atingiu a média de 287 pontos e nos treinos já estamos atingindo 300 pontos. Eles vão melhorar, mas acredito que nesta modalidade temos chances reais de conquistar uma inédita medalha. Estamos treinando para isso”, finalizou a experiente jogadora.