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Ong Desafios promove primeiro 'Sapataço'

Neste domingo, dia 1º de setembro, a Ong Desafios promove o ‘Sapataço’ na Praça da Bandeira. O evento tem por objetivo marcar o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica comemorado em todo país no dia 29 de agosto. Data nasceu como referência ao primeiro Seminário Nacional de Lésbicas, em 1996, e se tornou ao longo do tempo, um importante marco sobre as agressões e invisibilidade sofrida por mulheres lésbicas, no Brasil. O Seminário aconteceu pela primeira vez em 1996 para tratar sobre a violação de direitos humanos sofrida por mulheres lésbicas. Apesar da data do evento, o movimento no Brasil teve início antes, em 1979, com o surgimento do Grupo Lésbico-Feminista (LF).
O grupo se reunirá às 16 horas, em frente ao Palacinho, e após, farão uma caminhada ao redor da praça. A programação continua com manifestações, rodas de conversa e mateada. Segundo o Presidente da ONG Ruben Quintana, “pela primeira vez estamos tendo um evento desse tipo na região, que serve para chamar a atenção de toda a população, inclusive da própria comunidade LGBTQ+, sobre as agressões que sofrem essa parcela. As lésbicas sofrem duplamente o preconceito, por se mulher e por ser ‘sapatão’. Por tanto a luta é de todos que presam o respeito. É um ato que serve para todas as mulheres. Por tanto todos estão convidados. É impossível pensar em defesa de Diretos da Mulher, pedir respeito e não incluir as mulheres lésbicas”.
Em 1980, importantes pioneiras do movimento, como Rosely Roth e Míriam Martinho, decidiram criar o Grupo de Ação Lésbica Feminista (Galf), que atuou fortemente contra as prisões e torturas durante a Ditadura Militar. Além disso, as lésbicas do Galf criaram a revista ‘ChanacomChana’, em 1983, e sofreram duras críticas do regime. As ativistas do Galf costumeiramente se reuniam no Ferro’s Bar, no centro de São Paulo, para protestar e se organizar politicamente.
Apesar da falta de dados sobre a violência contra mulheres lésbicas no país, no ano passado pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram um Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil. De acordo com o dossiê, durante 2000, foram registrados dois casos de lésbicas assassinadas. No ano de 2017, esse número teve um aumento significativo, houve 54. O documento também aponta que 57% dos lesbocídios ocorreram com mulheres de até 24 anos e 83% dos agressores são do sexo masculino.