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Santa Cruz do Sul terá parklets

Depois da instalação das primeiras ciclovias, dos avanços de calçada e dos chimarródromos, agora chegou a vez dos chamados parklets, estruturas semelhantes a deques, que ocupam o lugar de vagas de estacionamento e permitem o convívio entre as pessoas nas vias urbanas. Apesar de não ser uma grande metrópole, nos últimos anos Santa Cruz do Sul segue tendências adotadas mundialmente. A mais recente é o compartilhamento do solo de maneira mais democrática, a exemplo do que começou a ser feito em São Francisco, nos Estados Unidos, em 2005.

A Prefeitura está lançando um edital para a construção de parklets, em frente a estabelecimentos comerciais e como contrapartida, também nos espaços públicos. Poderão participar do primeiro chamamento, comerciantes estabelecidos na Rua Borges de Medeiros, via conhecida por ser um importante point gastronômico do município. 

Seguindo as diretrizes técnicas e construtivas descritas no edital, o interessado poderá construir, sem nenhum custo para a Prefeitura, a estrutura em frente ao seu estabelecimento e também uma outra, como contrapartida, em um espaço público determinado pela Administração Municipal. A empresa poderá instalar sua própria publicidade no espaço. Assim como acontece hoje com os chimarródromos, a Administração Pública será apenas a permissionária. 

Os primeiros parklets públicos serão instalados na Estação Férrea e nas praças Getúlio Vargas e da Bandeira. Nesses locais, as estruturas serão construídas em módulos de 12,50 metros, em madeira. Terão iluminação, tomadas para que as pessoas possam carregar seus equipamentos eletrônicos e floreiras. 

O parklet deve ser de fácil manutenção, baixo impacto ambiental e sustentável, preferencialmente construído em madeira ou aço e sem cobertura. A área máxima construída deve ser de, no máximo, 25 metros quadrados, variando conforme o tipo de vaga de estacionamento ocupada, se paralela ou oblíqua. Outro aspecto importante a ser observado é que a estrutura deve ser de fácil remoção, para os casos de emergência ou necessidade de obras na rua. 

Já antevendo a polêmica que possa surgir em virtude da supressão de algumas vagas de estacionamento, a arquiteta responsável pelo projeto, Kariane Pacheco, é categórica. “O urbano tem que priorizar as pessoas, o convívio entre os cidadãos e não os carros. Essa é uma mudança de mentalidade que precisa ser construída aos poucos. As pessoas sentirão, com certeza, os benefícios de uma cidade mais humana”.

Junto ao parklet deve constar ainda uma placa informando que o espaço é público e portanto, acessível a qualquer pessoa. Mesmo que o parklet esteja em frente a um estabelecimento comercial, como bar ou restaurante, não poderá haver cobrança de taxas, couvert ou qualquer outra forma de pagamento pelo usuário. “A ideia é justamente oferecer espaços de convívio para a população, locais para que as pessoas possam sentar, conversar, tomar um mate, ler um jornal, enfim aproveitar a paisagem urbana que é tão bonita em nossa cidade”, disse o secretário municipal de Comunicação, Régis de Oliveira Júnior.