LUANA CIECELSKI
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Veco Marques
Hoje instrumentista da Banda Nenhum de Nós, Veco Marques lembra com carinho dos festivais que aconteceram anteriormente em Santa Cruz do Sul. “Estávamos começando na carreira na década de 80, e haviam muitos festivais, principalmente de música nativista. Eu e dois amigos tínhamos o grupo Vozes da Terra e quando soubemos daquele festival em Santa Cruz do Sul, nós nos inscrevemos. Acabamos entre os premiados, eu acabei recebendo o prêmio de melhor instrumentista também”, relembra.
Ele observa que aquele período lançou muitos músicos bons e acredita que em parte isso ocorreu por causa desses festivais que aconteciam. “Então o fato de a cidade estar se mexendo para organizar um festival é maravilhoso. É uma oportunidade muito legal para jovens artistas. Esses festivais podem lançar uma carreira”, destacou.
Veco também participará do show de encerramento nesse domingo, e diz que ficou feliz ao receber o convite, destacando que está sendo uma oportunidade de relembrar bons momentos. “Por sorte eu sou organizado e guardei os jornais da época, com as letras, porque eu não me lembraria mais delas. E pegar essas letras me traz toda aquela coisa da memória afetiva. Apesar de a gente ter vários anos de carreira, e de ter feito tantas coisas já com o Nenhum de Nós, aquele foi um período legal”.
Marcello Seffrin
Marcello participou dos quatro festivais que aconteceram em Santa Cruz na década de 80 a partir deles é que ingressou no mundo dos festivais. “A experiência sempre foi ótima. Desde os 5 anos eu sempre tive um violãozinho na mão. Depois, aos 14 anos eu participei do meu primeiro festival de música inédita em Santa Cruz e já me classifiquei para as finais. Com 18 [anos], eu consegui minha primeira premiação aqui em Santa Cruz. Tirei o segundo lugar com uma música. E depois disso, naquele ano fui para Venâncio Aires onde tirei o primeiro lugar, fomos para Flores da Cunha, fomos para vários lugares. A partir daquele evento de Santa Cruz, naquele ano, foram mais de 20 festivais”.
Segundo Marcello, esses festivais também abriram portas para uma carreira no mundo da música. “A partir daqueles primeiros anos eu comecei a ser identificado pelos estribilhos [refrãos] fortes. E eu comecei a associar esses estribilhos a jingles [propagandas comerciais cantadas] e aí eu comecei a criar jingles. E trabalhar com isso. Trabalhei por mais de 20 anos com esses jingles”.
Em sua opinião é muito importante essa retomada da cultura dos festivais. “Deveria ter ainda mais festivais, principalmente relacionados a estilos musicais variados, e até mais ligados à Música Popular Brasileira [MPB]”, apontou. Para ele, assim como para Veco Marques, esses festivais são uma oportunidade para os músicos. “Faz com que os músicos possam mostrar seu trabalho e começar uma carreira talvez”.