Início Geral Rio 2016: Legado do esporte e da fraternidade

Rio 2016: Legado do esporte e da fraternidade

Nelson Treglia
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Integração e fraternidade entre os povos. Este é o principal significado dos Jogos Olímpicos, que serão realizados a partir do dia 5 de agosto no Rio de Janeiro. Nesta terça-feira, 5 de julho, exatamente a um mês do início da Olimpíada, Santa Cruz do Sul teve a honra de receber a tocha olímpica. Pelas ruas da cidade, foi possível sentir a emoção que milhares tiveram a chance de sentir, por exemplo, na Olimpíada de Atlanta em 1996, quando, no estádio olímpico da cidade norte-americana, o público emocionou-se ao ver Muhammad Ali levantando a tocha e acendendo a pira olímpica do estádio.

Maior lutador de boxe de todos os tempos, Muhammad Ali faleceu recentemente, mas seu legado de grande esportista seguirá perene por imagens como aquela de 1996, verdadeiramente tocante. Na época, Ali já sofria com o Mal de Parkinson e foi fantástico vê-lo, mais uma vez, integrado ao espírito olímpico (ele foi medalha de ouro em Roma no ano de 1960 e jogou fora a medalha por sua indignação contra o racismo).

Roberta Etges foi a primeira condutora da tocha em Santa Cruz do Sul: um momento especial da patinação

Em Santa Cruz, na tarde desta terça-feira, o legado de grandes atletas olímpicos como Muhammad Ali, Nadia Comaneci (ginástica artística), Jesse Owens e Carl Lewis (atletismo), Michael Jordan (basquete) e Mark Spitz (natação) foi comprovado com a participação de grandes atletas ligados a Santa Cruz do Sul no revezamento da tocha olímpica. O que mostra a disseminação do esporte como uma das atividades mais importantes para a integração da humanidade. A jovem patinadora Roberta Etges, de 15 anos, foi a primeira condutora da tocha em Santa Cruz, no trevo da Unisc localizado na Avenida Independência. “É um orgulho e um momento importante para a patinação, que não é esporte olímpico”, disse Roberta à imprensa, pouco antes de iniciar seu trajeto. O começo do revezamento ocorreu próximo das 14h30, quase uma hora depois do previsto.

A tocha passou por várias ruas da cidade e por vários condutores, muitos deles representantes do cidadão comum, mas pessoas que fazem a diferença em suas áreas de atuação. O último a carregar a tocha foi Fabiano Peçanha, atleta olímpico e multicampeão do atletismo. Ele levou a tocha até o palanque na Praça Getúlio Vargas, onde estavam o secretário estadual do Turismo, Esporte e Lazer, Juvir Costella; o prefeito Telmo Kirst (que saudou o grande público presente e a passagem da tocha pela cidade) e o ex-prefeito Arno Frantz. Foi um momento de consagração para Fabiano Peçanha, recebido calorosamente pelo público. Fabiano saudou a todos os presentes, ele que está encerrando sua carreira como atleta profissional. Um momento especialíssimo.

Público compareceu em peso na Praça Getúlio Vargas: segundo a Prefeitura, cerca de 15 mil pessoas acompanharam a passagem da tocha

E o interessante, nisso tudo, é que o legado de Ali, Comaneci, Owens, Lewis, Jordan e Spitz, foi transmitido para inúmeros jovens de escolas santa-cruzenses, que compareceram e assistiram ao revezamento da tocha na cidade. Tantas memórias vêm à tona… Oscar marcando suas intermináveis cestas, Marcelo Negrão realizando o saque que deu ao Brasil seu primeiro título olímpico em esportes coletivos (Barcelona 1992)… Quantas crianças e jovens não se sensibilizaram com esses feitos?

Tanta garotada presente para assistir à passagem da tocha olímpica em Santa Cruz, tanta esperança por um mundo melhor, que supere a intolerância. Afinal, as Olímpíadas reúnem os cinco continentes, promovem a integração e a fraternidade. Este evento entra para a história de Santa Cruz, e deve ser encarado como a continuidade do legado do esporte, e como promoção da convivência e da tolerância.