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Dulce Magalhães incentivou mudanças

Viviane Scherer Fetzer
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Dulce Magalhães ensinou um método para que as pessoas comecem a mudança dentro de si

Para falar sobre o nosso olhar sobre a vida, Dulce Magalhães, filósofa, educadora, pesquisadora, escritora e há 25 anos trabalha com processos de mudança e aprendizagem, esteve no Teatro Mauá, na última quarta-feira. A palestra fazia parte da programação da Semana do Empreendedor de Santa Cruz do Sul e foi promovida pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul em parceria com a empresa Competência Humana e o apoio do Colégio Mauá. 

Segundo a palestrante a palestra falou do olhar sobre a vida e sobre o que as pessoas estão vendo e vivendo por conta desse olhar. “Do ponto de vista filosófico estamos falando de paradigma, que é o padrão mental que temos para enxergar a realidade”, explica Magalhães. Ela falou sobre os aspectos que mais contribuem para uma vida plena, feliz, bem sucedida, próspera, e os aspectos que mais atrapalham, que são o da cultura, o que se aprende desde criança. “Uma palestra que gera muita motivação para mudança. As pessoas começam a entender que tudo começa e depende de uma decisão que tomamos e de como vamos enxergar as coisas”, salientou a filósofa. 

Dentro do tema da palestra ela ainda explica que a decisão de mudar para melhor, mudar para pior ou continuar o mesmo demanda exatamente a mesma energia e esforço. “O que acontece é que como não tenho a clareza sobre isso preciso entender e conhecer o processo e, assim, acho que sou vítima ‘porque os outros não deixam, que o ambiente atrapalha etc’ e não me dou conta de que tenho uma decisão a tomar”, exemplifica Magalhães. Segundo ela o que faz a diferença em nossa vida é aprender a pensar, a definir o foco e a trabalhar os vários aspectos da vida. 

Para executar essas mudanças existem muitos métodos que podem ser aplicados em qualquer pessoa, em qualquer idade. Como as pessoas não entendem o processo de mudança elas precisam de alguém que mostre o caminho, pois existem muitas coisas que podem ser mudadas agora. “Tenho um cliente que começou o processo de mudança aos 72 anos e hoje com 78 anos a vida dele mudou completamente, inclusive sua saúde”, exemplificou Magalhães. O método usado pela filósofa é absolutamente educacional, é mudança de paradigma. “Não é pensar positivo, é saber como pensar”, ressalta. Como exemplo ela cita o padrão mental da escassez em que as pessoas falam que ‘a vida é difícil’, ‘dinheiro não dá em árvore’ e um dos atributos deste padrão é o esforço. Assim, explica Magalhães, a pessoa vai se esforçar muito para pensar positivo e mudar esse paradigma, só que isso é o oposto do que precisa para ter sucesso. “A natureza nos ensina que se você está nadando em um rio, o rio tem corrente, se você estiver se esforçando você está nadando contra a corrente”, explica. 

Três níveis

Magalhães lembra que temos muitos papéis na vida, o papel familiar, o profissional, o romântico, o de pai, mãe, filho, irmão, amigo, mas é sempre a mesma pessoa que vive esses papéis. Para trabalhar a mudança existem três níveis que precisam estar relacionados e em harmonia. O primeiro nível é o autoconhecimento, “chamamos de ecologia individual, a relação da pessoa com ela mesma”, comenta. Um segundo aspecto seria a “ecologia social”, a relação da pessoa com o outro, isso pode ser do ponto de vista corporativo, comunitário ou familiar. E o terceiro aspecto levantado por Dulce Magalhães é a ecologia com o ambiente, o planeta. 

“Sempre estamos em relação com algo ou alguém, só que a primeira pessoa do relacionamento é a própria pessoa e muitas vezes ela não se dá conta disso e tem uma péssima relação consigo mesma”, sintetiza. Hábitos como de falar mal de si próprio, se criticar, reclamar da própria vida, falar coisas para si que não falaria para outras pessoas acaba impactando a relação que as pessoas têm consigo e consequentemente com quem está ao seu redor.

Coaching e política

Falando sobre a política e as turbulências em que o Brasil está passando, a palestrante deixou claro que quando se fala em ética e corrupção está se falando de estados fantasiosos de escassez. O indivíduo é corrupto porque ele tem medo da falta, segundo ela, quando ele rouba milhões, depois bilhões e assim por diante, está buscando completar a falta que ele cria em sua cabeça. “As pessoas que estão lá na Câmara dos Deputados, na Assembleia Legislativa, no Senado, na Presidência, na verdade são reflexos do modelo de pensamento de uma sociedade. Elas são um reflexo de nós mesmos”, reforça Magalhães.

Segundo a palestrante é preciso que as pessoas encontrem dentro de si a integridade, a felicidade e estarem dispostas a “uma vida que merece ser vivida”, conforme Dulce isso é muito usado pelos filósofos. Os indivíduos têm se dedicado a uma vida que não merece ser vivida, vivem sem tempo, não aproveitam as oportunidades, quando a filósofa percebe isso “peço para que façam uma pausa e vão se dedicar a uma vida que merece ser vivida, porque é agora que elas têm esse tempo”, destaca.