Guilherme Athayde
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O lutador santa-cruzense Maurício “Big” Castilho está de volta a Santa Cruz do Sul após 31 dias na Tailândia, onde participou pela terceira vez do Campeonato Mundial de Muay Thai, promovido pela Confederação Mundial de Muay Thai (WMF, na sigla em inglês).
Big lutou dia 20 de março e acabou perdendo a luta na decisão por pontos, decidida pelos juízes. O confronto foi contra o francês Lorent Leic, que sagrou-se campeão do mundo, deixando Big com o segundo maior posto do Muay Thai mundial pela WMF, na categoria profissional até 91 quilogramas.
O confronto de três rounds foi transmitido via internet. Na luta, Big levou a melhor no primeiro round, acertando mais chutes e socos, mas nos dois rounds seguintes o adversário se aproximou mais do santa-cruzense e conseguiu utilizar sua técnica, o que fez os juízes darem a vitória para o adversário. “Saio do confronto com a certeza de que eu poderia ser campeão mundial. Infelizmente os juízes viram outro resultado, foi uma decisão dividida”. Apesar de conquistar o segundo lugar entre os melhores da categoria, Big almeja retornar ao mundial no próximo ano, e traça como meta conquistar o título.
“Não me sinto nem um pouco satisfeito com o resultado. Sei muito bem que existem muitos campeonatos até chegar ao mundial e ter essa medalha, é um resultado expressivo em âmbito esportivo, mas para mim como atleta e pelas ambições que eu tenho dentro do esporte não foi o resultado que eu queria”.
A derrota na luta que ocorreu na capital tailandesa, Bankok, serviu para deixar Big com ainda mais vontade de trazer o título para Santa Cruz do Sul em 2017. “Saí do ringue com uma baita experiência, e estou querendo ainda mais resultados pra mim”.
O período na Tailândia não foi dos mais fáceis para Big. Além de encarar seu adversário no ringue, o atleta gaúcho, que compôs um time de 30 integrantes da Seleção Brasileira de Muay Thai, teve que perder quinze quilos em poucos dias para bater o peso necessário para lutar. O processo acabou deixando Big fragilizado para o confronto contra o adversário europeu. “Foi muito sacrificante, muito difícil. Evitei a comida sólida, estava diminuindo cada vez mais a água, e nos últimos dois dias eu ainda estava seis quilos acima do peso e fiquei sem água e sem alimentação, o que faz um mal muito grande para a saúde”.
O lutador agora quer usar a derrota na luta a seu favor. Big afirma que a vontade de seguir atuando em 2016 só aumentou com o revés em solo asiático. Neste ano, Castilho ainda participa do Campeonato Gaúcho, Copa do Brasil, e do evento Big Fighters MMA, que acontece em Santa Cruz do Sul, além de mais um evento internacional na Indonésia.
Enquanto isso, o atleta segue com seus treinos na academia Big Fighters, da qual é professor, e onde foi recebido por amigos e atletas na última quinta-feira, 7, quando retornou à Santa Cruz do Sul após um período de treinos pós-mundial em Bankok.
“Saio da luta de coração tranqüilo, de mente tranqüila, posso olhar para os meus amigos e minha família porque eu sei que dei o meu melhor. Não tenho vergonha da derrota. Recebi mais parabenizações do que críticas. Não foi uma luta de encher os olhos, mas eu sei que dei o meu melhor”, finalizou o lutador em entrevista ao Riovale Jornal, a primeira após chegar à sua terra natal.