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Talentos, enfim, visualizados

Jéssica Ferreira
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Arquivo/RJ

Marli Silveira, idealizadora e coordenadora do projeto, com a terceira edição da revista

Momentos para esquecer a dura realidade falam por si só nas escritas traçadas por cada detenta que participa do projeto “À Flor da Pele”. O trabalho iniciou em 2012 e envolve mulheres detentas do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Dentro do projeto fora criado uma revista, que leva consigo o mesmo nome. Portanto, este ano, será realizado o lançamento da terceira edição da Revista “À Flor da Pele”, o qual ocorrerá no dia 6 de novembro, às 14 horas, na Câmara de Vereadores.

À Flor da Pele

O projeto conta com o apoio voluntário de artistas e entidades comprometidas com os Direitos Humanos e desenvolvimento humano e cultural. Além disso, tem como princípio básico, promover a visibilização das mulheres detentas por meio de oficinas de artes, leitura, cinema, saraus poéticos, bate-papos e momentos fora do presídio.
A Revista “À Flor da Pele” é, talvez, a principal ação, pois permite que as mulheres possam contar, falar dos seus sonhos e frustrações, dores, arrependimentos e anseios. Através da revista, as mulheres podem ser conhecidas e reconhecidas pela comunidade local e regional, estabelecendo um elo de visibilidade. 
“Geralmente não vemos as mulheres detentas, não conhecemos a problemática prisional, os sonhos que residem no peito das detentas. Negamos um viés perverso da nossa sociedade que cria, na grande maioria das vezes, vítimas e culpados, levando a tomarem posições deslocadas das reais questões que assombram o universo prisional e da violência na sociedade humana”, destaca Marli Silveira, coordenadora do Projeto “À Flor da Pele”.

Lançamento no Legislativo

Este ano o projeto tem contado com o apoio também da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RS. O lançamento que ocorrerá no dia 6, na Câmara de Vereadores, visa levar aos presentes e comunidade a apresentação do projeto. “Acreditamos que a Sessão Especial da Câmara de Vereadores, evento aberto, onde todos e cada um podem participar, será um momento especial, pois a comunidade poderá conhecer o projeto e ver as mulheres detentas. Ver no sentido de reconhecer e poder compartilhar as poesias, as cartas, a Revista, deixando-se tocar pela presença de detentas no sarau poético que culminará a Sessão Especial”, salientou Marli.
Além disso, estarão presentes lideranças, artistas, entidades e instituições que representam ou trabalham na promoção da vida, das mulheres e do desenvolvimento humano e cultural. Haverá um sarau poético para o qual se espera contar com a participação de algumas das autoras da Revista “À Flor da Pele”. O projeto conta com o apoio da Direção e Equipe Técnica do Presídio, além de artistas que de forma voluntária realizam oficinas com as mulheres detentas, além do apoio do Instituto Padre Reus.
“Queremos que a comunidade se sinta convidada a participar do lançamento da Revista ‘À Flor da Pele’ e, principalmente, tocada ao ponto de ressignificar seu olhar em direção ao outro, no caso, as mulheres detentas”, conclui Marli.