Jéssica Ferreira
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No feriado de hoje, 21 de abril, é comemorado o Dia de Tiradentes, em referência ao principal ativista político da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, morto no dia 21 de abril de 1792. O apelido de Tiradentes veio da profissão de dentista que exercia, mas o ofício que mais lhe promoveu foi o de soldado, integrante do movimento da Inconfidência Mineira – que o levou à morte em praça pública, por enforcamento e esquartejamento.
A Inconfidência Mineira foi um abalo causado pela busca da libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa, ocorrendo por longos anos, no final do século XVIII. Na cidade de Vila Rica e nas proximidades da mesma eram extraídos ouro e pedras preciosas. Os portugueses se apossavam dessas matérias-primas e as comercializavam pelos países europeus, fazendo fortuna à custa das riquezas de nosso país, ou seja, o Brasil era grandemente explorado por essa nação.
Com o fortalecimento das ideias contra os portugueses, foi criado um movimento no qual aconteceu a Inconfidência Mineira, que tinha como principais objetivos buscar por autonomia da província, a conquista de um governo republicano, tornar a cidade de São João do Rei como capital, além de conquistar a libertação dos escravos nascidos no Brasil. Porém durante o movimento, as notícias de que os inconfidentes tentariam derrubar o governo português chegou até os ouvidos do imperador, que decretou a prisão de todos os envolvidos. Tiradentes assumiu toda responsabilidade sobre o movimento, para inocentar os demais.
Ao decretar a morte de Tiradentes, o governo fez questão de mostrar em praça pública seu sofrimento, a fim de inibir a população de fazer quaisquer manifestos e demonstrar a força que tinham sobre o Brasil. Tiradentes foi executado como criminoso e esquartejado. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários.
Sobre Tiradentes
Nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José (hoje Tiradentes) e São João Do Rei em Minas Gerais, no ano de 1746, e tornou-se o mártir da Inconfidência Mineira. Ficou órfão de mãe aos nove anos de idade, perdeu o pai aos onze anos, e foi criado pelo padrinho na cidade de Vila Rica, hoje conhecida como Ouro Preto.
Foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou nos domínios portugueses no continente americano. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional. O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, desde 21 de abril de 1992.
Tiradentes sem barba
Existe também o contraponto sobre a história e sobre seu legado de vida. Há versões diferentes sobre Tiradentes. Há informações publicadas sobre a história de Tiradentes diferente da visão do “herói” da Inconfidência Mineira, isto é, são contadas em diversos livros oposições sobre a vida de Tiradentes, por exemplo, o livro “Enquanto o Brasil Nascia”, do jornalista Pedro Doria. Tiradentes não teria nascido numa família pobre, nem crescido num lar assim. Possuiria uma fazenda com escravos (sendo que lutava pela liberdade dos mesmos contra o governo português). Tiradentes via na Inconfidência o potencial para criar um novo Brasil, mas também se sentia frustrado com a ausência de oportunidades de ascensão na hierarquia militar e de chances de mostrar tudo o que tinha a oferecer – apresentou, por exemplo, projetos de canalização de rios cariocas, que nunca foram aprovados. Precisava chacoalhar sua vida e, de quebra, o país.
A Inconfidência não aconteceu por muito pouco. Se tivesse acontecido, a história não falaria sobre duas revoluções republicanas que mudaram tudo no século XVIII, e sim sobre três: a americana, a francesa e a brasileira. O Brasil ainda esperou 33 anos pela sua independência. Que veio pelas mãos da própria monarquia portuguesa, com aspirações bem diferentes das dos conspiradores de 1789.