Nós, servidores públicos estaduais do Poder Executivo, amargamos 48 meses de salário atrasado e parcelado. São quase 5 anos sem reposição salarial e sem 13ª salário em dezembro (devemos optar por receber em 12 parcelas ou fazer empréstimo no Banrisul). Além disso, os servidores que não podem aguardar pelo salário do mês, pago em conta gotas, socorrem-se de empréstimos, pagando juros para ter acesso ao seu próprio salário.
Tal situação é penosa, humilhante e desorganiza toda vida familiar do servidor. Os servidores estaduais do executivo não podem pagar a conta sozinhos, tampouco carregar nas costas a responsabilidade de organizar o fluxo de caixa do Estado, ofertando nossos próprios salários para que o Estado realize os repasses financeiros aos demais Poderes. A mesma Lei que determina ao Executivo o pagamento do duodécimo ao Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública, também determina o pagamento em dia aos servidores do Executivo. Por que somente estes foram preteridos durante esses 5 anos? A Lei não é para todos?
Além disso, somos alvo de distorções da opinião pública e de políticos que se dizem a “voz do povo”: “Os servidores públicos têm privilégios que a iniciativa privada não tem”. Quais seriam esses “privilégios”? Há algum empregador da iniciativa privada que paga seus trabalhadores há 48 meses de forma atrasada e parcelada, sem décimo terceiro salário pago em dezembro e sem reposição salarial (dissídio anual)? Não há, e se houvesse esses trabalhadores já teriam parado de trabalhar no primeiro ou segundo mês e, ainda, seriam aplaudidos de pé pela sua brava atitude. Agora pasmem: apesar de toda essa situação, continuamos a prestar o serviço público em prol da população.
Engana-se quem acredita que tal situação atinja somente servidores públicos e quem usufrui diretamente deste serviço. O prejuízo social e econômico atinge toda a população: servidor público com o salário atrasado deixa de consumir e fazer investimentos no comércio, o que também prejudica a economia local e, por consequência, contribui para o desemprego.
Nós investimos na nossa qualificação profissional e precisamos ser valorizados! Como se não bastasse, o “pacote” enviado pelo Governador devasta ainda mais a carreira do servidor, ao passo que restará à população as consequências desse desmonte do serviço público. Pedimos o apoio de toda a população e, principalmente, dos Deputados Estaduais que votarão o nosso futuro!
Servidores públicos estaduais da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde