“A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor. Brilha tranquila. Depois, de leve oscila e cai como uma lágrima de amor”. É a poesia de Tom Jobim.
Podemos calcular quanta felicidade temos, isto é, somos felizes? O que importa é ser feliz? Não há mal que dure sempre nem mal que nunca acabe?
Tristeza e felicidade são sentimentos efêmeros e fugazes. Às vezes podemos influenciá-los em conformidade com nossa percepção e intensidade daquilo que estamos sentindo. Penso que no equilíbrio de nossas necessidades espirituais e materiais esteja a felicidade.
Não há fórmula que conduza à felicidade. Podemos alcança-la segundo nossas ações. Basta que saibamos o que de fato queremos.
Coisas simples como acordar cedo, por exemplo, podem ajudar. Nós, que já estamos bastante além nos “enta”, já levamos alguma vantagem, pequena, pois já passamos por muitas frustrações e surpresas que a vida ainda nos reserva.
Trocar gentilezas, ser tolerante, sorrir ao cumprimentar os passantes, é uma maneira de nos manter alegres e satisfeitos, pois a energia positiva que passamos reflete-se nas outras pessoas.
Manter as amizades é outra forma de encontrar a felicidade. Um abraço, um beijo, um papo descontraído, um chimarrão, uma taça de vinho, tudo nos alegra e estimula.
Quantas vezes nos surpreendemos numa posição curvada e os ombros caídos? Faça alongamento, estufe o peito e sinta o bem estar do momento. O retraimento atrai pensamentos negativos e depressão.
E ser infeliz é bem mais fácil do que ser feliz quando estamos estressados.
Ser otimista, sonhar, é muito bom. Enquanto isso, a visão positiva da realidade faz com que vejamos que a vida não é tão dura quanto parece. Afinal, ser aprovado em concurso, num vestibular, vencer uma dificuldade, nos traz felicidade.
Saber o que o passado representa em nossa vida é importante. Mas o equilíbrio entre o agora e o futuro é essencial para o momento que vivemos. Ter carinho pelo passado, mas criar boas perspectivas para o que vem pela frente é fundamental para sermos felizes. Mas é preciso lembrar que dinheiro ajuda, e muito, mas traz muitas preocupações.
Com certeza o leitor já transferiu compromissos para trabalhar após o expediente, em busca de mais dinheiro.
Pense bem: quantas vezes você já não adiou compromissos e trabalhou até mais tarde para ganhar mais?
Atualmente a ciência admite que o cérebro talvez não saiba a diferença entre o que vê e o que recorda. Daí a importância das boas lembranças e o efeito dos ressentimentos. A vida nos dá tempo para a felicidade, desde que façamos as escolhas certas. Perseguir a riqueza, por exemplo, não nos dá tempo suficiente para buscar a felicidade.
Lembro-me, quando li Epicuro que dizia sobre viver: “Eu não era; fui; não sou mais; não me importo”.
Significa que não existia milhares de anos antes e nunca se importou com isso. Então, para que preocupar-se com a eternidade após a morte?
Afinal, a alma não vive para sempre?
Sejamos felizes enquanto podemos do mesmo modo que digo: se acreditas em sexo forte, aproveita antes que acabe.
Assim seja.
*Aposentado