Por longo tempo tenho refletido sobre o tema, porém nunca me inspirei para falar disso, até porque pensei que era tolice, que mais dia menos dia, as pessoas iriam se dar conta do prejuízo causado, do tempo perdido e do desgaste psicológico desnecessário. Há vários tipos de rivalidades: a começar pelo futebol, política, religião e relacionamentos. Aí me questiono acerca de cada um dos temas. De dois ao menos, tenho a resposta meio direta: no futebol e na política, quem sabe que nós existimos? Qual jogador ou político vem nos visitar quando adoentados ou nos ofertar a mão quando mais precisamos de ajuda? Somos meros números publicitários, que compramos a marca e encaramos uma árdua tarefa de lidar com o desconforto quando não somos agraciados com a vitória de um ou de outro. Amizades acabam, nos tornamos defensivos e brigamos por quem sequer sabe nosso nome.
Qual salário de um jogador ou de um político é dividido conosco? Qual deles paga uma dívida nossa quando estamos na pior, trabalhando, suando pra ter nosso mísero salário? Com relação à religião, aí sim, temo em revelar o que realmente sinto sobre cada uma delas, para não ofender ou magoar, mas uma coisa é certa: existe um único SER MAIOR, ao qual qualquer seguidor desta ou daquela religião sabe que existe, apesar de darem nomes diferentes ao MESMO. O que me intriga então, é o porquê de tanta diversidade se DEUS (Geová, Grande Mestre do Universo, Allah,…) só espera de nós que sejamos felizes, que vivamos em paz, que sejamos solidários uns com os outros! Por que então se briga por esta ou aquela “casa” que O ABRIGA? Se ELE está conosco, está em todo lugar, em nossa casa, no caminho pro trabalho, na diversão, na tristeza, enfim! Não entendo tantas diferenças, se a Bíblia é uma só (e pode ter sido distorcida, uma vez que alguém ser humano a escreveu).
Nos relacionamentos… ah, os relacionamentos! Pais e filhos, amigos, colega de trabalho, marido e mulher… dá muito pano pra manga! Muita gente descuidando de CUIDAR, aí vem o desgaste por rivalidades inúteis, vem o desassossego, a crise, a competição e por fim… o FIM! Enquanto deveríamos estar em acordo com o diálogo e a coerência, nos deixamos levar por rixas intestinas que mais hoje mais amanhã levam ao arrependimento. Creio que essa época de correria pelo TER e não pelo SER seja uma das mais poderosas armas usadas pelas pessoas para afastar-nos uns aos outros. Se conselho fosse bom venderia, porém resta uma esperança de que, ao se aproximar do final do ano, época em que nos tornamos mais sensíveis, haja uma reflexão sobre o tema, que nos tornemos mais humanos e menos selvagens na rotina! Basta de palavras pesadas, de ofensas, de competições inúteis, afinal… a nós cabe apenas uma tumba, no final de tudo!
*Professora das redes municipal e estadual de ensino