O logotipo supra é a representação de uma jornada que iniciou em 1914, no dia 18 de outubro, em Schoenstatt, na Alemanha e terá o seu ponto culminante dos festejos em outubro de 2014. Serão comemorados os cem anos de Fundação do Movimento de Schoenstatt.
Não houve nenhuma aparição de Nossa Senhora ou milagre de um santo ou santa da Igreja Católica. Foi um momento bastante singelo, mas carregado com muita fé. Sem alardes. Restrito a poucas pessoas. Apenas alguns jovens estudantes do seminário, encabeçados pelo seu diretor espiritual Padre José Kentenich, selaram a “Aliança de Amor com Maria”.
Naquele memorável dia as palavras proferidas pelo Padre Kentenich se transformaram no Primeiro Documento de Fundação de Schoenstatt e serviram como parâmetro para a “Aliança de Amor com Maria”. Aliança é um acordo que Deus, faz conosco por causa do seu amor por nós, sem nos dispensar das nossas responsabilidades para este acordo funcionar. Deus sempre utilizou o recurso da Aliança desde o primórdio dos tempos. A primeira vez, conforme descrito na Sagrada Escritura, foi quando Deus chamou Adão e Eva à Vida e os colocou no Éden. Houve permissão e proibição. Havia regras a seguir. Acordo a ser feito. A quebra desta Aliança teve, desde então pesadas consequências como narram as escrituras sagradas. Depois do Dilúvio, Deus firma novamente uma aliança com a geração salva na Arca de Noé, sendo o próprio Noé o escolhido para representar os humanos. Em outra Aliança foi a vez de Abraão assumir a responsabilidade de representante terreno. Na Aliança, conhecida como a Nova e Eterna Aliança que Deus selou conosco a pouco mais de 2.000 anos, quando tivemos Jesus como nosso representante e assinando-a com o seu próprio sangue. E, assim, chegamos aos 18 de outubro de 1914, com Deus propondo-nos mais uma Aliança, uma “Aliança de Amor com Maria”, sendo o Seu escolhido para nos representar o Padre José Kentenich.
O convite formulado pelo Padre Kentenich consistia em pedir a Mãe de Deus para estabelecer-se numa Capelinha e fazer dela um santuário de graças, de onde partisse um movimento de renovação religiosa e moral pelo mundo. Esta Aliança de Amor com Maria é o coração de Schoenstatt e a essência do ser da Família de Schoenstatt. Mas tem um detalhe importante: Esta Aliança não é um contrato unilateral – tipo é só pedir e receber. Como todas as demais Alianças que Deus sempre nos apresentou, esta também teve por base um acordo com contrapartida. A nossa necessidade de participação no Capital de Graças, que é a expressão gráfica para descrever este processo de juntar méritos em resposta ao compromisso assumido. E esta Aliança precisa ser selada. E, como se isso só não bastasse, o Padre Kentenich homem de larga visão, determinou que ela fosse renovada periodicamente. Assim surgiu o dia 18 de cada mês como sendo o “Dia da Aliança”. Na primeira vez nos apresentamos solicitando a inclusão do nosso nome no “Livro da Aliança” e, posteriormente, sempre que possível, devemos fazer a nossa renovação através da Oração de Renovação da Aliança de Amor.
Viver a Aliança de Amor com Maria, além da fé, nos exige o cumprimento da nossa parte. Também não podemos nos esquecer das falsas alianças e outras diversas motivações que surgem para nos desviarem do nosso caminho. Aliás, nosso Bispo Diocesano, D. Canísio, outro dia em um artigo na imprensa local nos alertava: “A sociedade atual não é muito propícia para o surgimento de novas vocações à vida religiosa. Isso porque, aquilo que é renegado para quem assume a vida religiosa é colocado como grande valor pela atual sociedade. Enquanto os religiosos fazem o voto de pobreza, a sociedade afirma que a felicidade está em ter muitos bens. Enquanto os religiosos fazem voto de castidade, a sociedade apregoa a busca dos prazeres da carne a qualquer custo, fomentando o liberalismo sexual sem nenhum compromisso futuro. Enquanto os religiosos prometem obediência, a sociedade afirma o grande valor da liberdade sem limites, sendo que nada deverá ser proibido e tudo o que estiver ao nosso alcance nos deverá ser permitido.” Guardadas as particularidades, os empecilhos apresentados por esta realidade não são diferentes para os leigos com um norte baseado na fé e a necessidade da sua vivência para bem poder realizar a nossa parte da Aliança assumida pelo Padre Kentenich.
Um bom filtro para isso é sempre que se for rezar, por mais complicada que seja esta motivação, devemos começar agradecendo no mínimo pelo fato de estar vivo e poder estar ali. E que a segunda parte da oração seja a manifesta atitude de colocar-se a disposição de N. Senhora. As graças virão ao natural. Na medida correta às nossas necessidades.
Vamos aproveitar para quando nos apresentarmos no próximo Dia da Aliança, o derradeiro antes da comemoração do centenário, para fazermos a nossa Renovação da Aliança de Amor, e mostrar que continuamos honrando o legado que o Padre José Kentenich nos deixou: “VIVER A ALIANÇA COM MARIA.”
*Terço dos Homens Schoenstatt