Suilan Conrado
[email protected]
Gosto pela leitura e motivação para estudar são fundamentais para quem deseja ingressar no Curso de Direito. O mercado de trabalho é amplo, com possibilidade de o bacharel seguir diversas carreiras na área pública, para além do exercício da advocacia.
Hoje também há um mercado muito largo para o exercício da docência, tanto na graduação quanto na pós-graduação. E para lembrar estes estudantes e profissionais tão importantes para a sociedade, comemora-se neste domingo, 19, o Dia do Acadêmico de Direito.
A procura para ingressar na área é alta. Prova disso é que atualmente existem 1.123 alunos matriculados no curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) no campus central. Este número só vem a reforçar a consistência do curso, que é um dos mais procurados na instituição. Já a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na cidade tem hoje 800 profissionais registrados.
MAS O QUE É O DIREITO?
O Direito é a ciência que coloca em prática as normas jurídicas da nação, com o objetivo de manter a ordem na sociedade e punir os infratores. O profissional formado nesta área tem o compromisso de respeitar a Constituição e zelar pelas relações harmônicas entre os indivíduos, ou seja, regular os relacionamentos sociais.
Não basta apenas passar pela faculdade de Direito para se formar um advogado, também é necessário ser aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para poder atuar na profissão. Com a aprovação, o advogado também pode buscar crescimento na sua carreira jurídica, prestando concursos públicos para juiz, promotor e delegado.
CURSO COM PRÁTICA JURÍDICA
O Curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) tem uma sólida história de qualidade na formação de profissionais que atuam em diversas atividades, instituições e áreas. A busca pela solidez do estudo jurídico e pela constante atualização dos conhecimentos são característicos da Unisc, que visa formar não só advogados, juízes e promotores, mas profissionais que se adaptem à dinâmica da sociedade moderna e contribuam para a evolução do Direito.
As aulas teóricas normalmente abrangem conhecimentos sobre as leis e suas aplicações, incluindo no programa disciplinas como Direito Penal, Civil, Comercial, Constitucional e Comercial. Com relação à prática, os acadêmicos participam de simulações de julgamentos.
O QUE DIZEM OS ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS
O Direito é uma área competitiva, por isso as pessoas interessadas em construir uma carreira de sucesso devem se dedicar aos estudos, realizar concursos e aprender com outros profissionais que já possuem experiência. O acadêmico deve buscar sempre referenciais para atuar no ramo jurídico e aperfeiçoar os seus conhecimentos. É o que fazem a advogada Juliana Machado Fraga, 23 anos, e o acadêmico do 7º semestre Mateus Pinheiro dos Santos, 26.
Arquivo pessoal Juliana Fraga
Juliana Fraga: o pai foi a inspiração, o guia e o grande mestre que a motivou na advocacia
– Por que escolheram o Direito? Tiveram motivação familiar?
Juliana – “Escolhi o Direito porque sempre me cativou poder utilizar a escrita e a eloquência para defender direitos de outras pessoas. Foi de muita influência na minha decisão o fato de conhecer bem o exercício diário que envolve a função do advogado em razão de ter crescido admirando o trabalho do meu pai, Oneide dos Santos e Fraga. Ele me inspirou e foi quem me guiou e me ensinou tudo sobre a profissão que hoje me faz tão realizada”.
Mateus – “Escolhi cursar Direito pois tudo que nos rodeia possui algum sentido
jurídico. O Direito como uma área ampla, abre espaço para diversos tipos de
especialização, além de proporcionar realização profissional, é muito
requisitado em diversos concursos públicos. Claro que tem influência
familiar, minha tia e meu primo são advogados, além, claro, do apoio dos meus
pais.”
– Vocês já sabem que especialização irão fazer?
Juliana – “Sim, embora seja difícil nortear uma área tão cedo, optei pela especialização em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário.”
Mateus – “Direito Previdenciário ou Direito Civil.”
– Relate algum momento difícil que tenhas enfrentado durante o curso.
Juliana – “Acredito que para quase todos acadêmicos o pior período durante a faculdade são os últimos semestres, haja vista que temos que nos envolver com formatura, entrega e apresentação de trabalho de conclusão do curso e, para nós estudantes de Direito, ainda temos o Exame da Ordem para enfrentar.”
Mateus – “Os primeiros semestres foram os mais difíceis, pois eu ainda não tinha uma ideia correta do que era o curso.”
– Das questões como legalização do aborto e redução da maioridade penal, por exemplo, como te posicionas?
Juliana – “Diante de assuntos tão polêmicos como tais, acredito que não podemos nos posicionar apenas com conhecimentos rasos. Assim, não sendo uma penalista posso opinar apenas com minhas convicções pessoais que se encontram enraizadas diretamente na busca pela concretização dos direitos fundamentais, ao passo que, na minha visão há uma linha tênue entre a formação de tais medidas como políticas públicas e o retrocesso dos direitos humanos adquiridos.”
Mateus – “Sendo a pessoa vítima do estupro, eu sou favorável, porém se fosse legalizado todo e qualquer tipo de aborto, principalmente no Brasil, iria causar muitos problemas na nossa sociedade. Quanto à redução da maioridade penal, sou a favor, pois se uma pessoa aos 16 anos já pode escolher o presidente do seu país, já pode ser responsabilizada por todos seus atos, sejam civis ou penais. Esta é a minha opinião.”
– A prova da OAB é sempre motivo de preocupação para a maioria dos acadêmicos. Você já se sente preparada (o) para enfrentá-la?
Juliana – “Sem dúvidas é o grande temor da vida dos estudantes de Direito. E eu, como a grande maioria dos bacharéis, estou me preparando para enfrentá-la.”
Mateus – “Sim, porque de nada adianta estudar 10 semestres, passar em todas as
provas, se formar e não poder trabalhar se não passar no exame.”
– Como avalias a postura do advogado brasileiro atualmente?
Juliana – “O advogado vem ganhando cada vez mais seu espaço e seu papel é essencial para o crescimento e desenvolvimento da sociedade. A postura do advogado atual tem que ser condizente com toda sua carga de relevância social, haja vista que a luta desse profissional é diária e constante para o combate das injustiças e desigualdades.”
– Sabe-se que a advocacia é uma área bastante concorrida. Quais as
características fundamentais para o profissional do Direito se destacar no
mercado?
Mateus – “Acima de tudo ser honesto e correto, pois se um cliente ficar satisfeito
com seu serviço e sua honestidade mesmo que a ação não seja procedente, ele
com certeza irá indicar outros.”
– Na advocacia, mesmo sem ter de fato o título de doutorado, os profissionais são tratados como Doutor. O que pensas sobre isso?
Mateus – “Na minha opinião, eu teria muito mais orgulho de ser chamado de doutor
caso tivesse o doutorado, pois eu, caso vir a passar no Exame da Ordem e me
tornar um advogado, não me consideraria um doutor. Respeito opiniões
contrárias, mas para mim isso é apenas um clichê.”
Arquivo pessoal Mateus Pinheiro dos Santos
Mateus em companhia da namorada: os primeiros semestres do curso foram os mais difíceis