Suilan Conrado
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O homem acusado de estuprar e matar a sobrinha há três anos em Santa Cruz do Sul, Paulo Gross, de 49 anos, foi condenado na tarde desta terça-feira, 14, a 27 anos de prisão. O crime ocorreu no dia 19 de fevereiro de 2010 na casa da vítima, no bairro Arroio Grande. Ketlyn Severo Gross tinha apenas 12 anos.
Embora seja considerado crime hediondo, Gross é réu primário,e deverá cumprir dois quintos da pena em regime fechado. Preso desde o dia seguinte ao crime, ele deve permanecer no Presídio Regional de Santa Cruz por pelo menos mais sete anos.
O júri foi presidido pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Gerson Petry. O corpo de jurados foi composto por cinco homens e duas mulheres. O defensor público Fernando Scheffel defendeu a tese de negativa de autoria e a tese subsidiária de desclassificação para estupro seguido de morte.
A acusação, realizada pelo promotor Flávio Eduardo de Lima Passos, pediu a condenação por estupro e homicídio. Porém, os jurados acataram a tese subsidiária da defesa, votando pela condenação do réu apenas pelo crime de estupro seguido de morte.
RELEMBRE
No dia do crime a mãe de Ketlyn chegou em casa por volta do meio-dia e estranhou não encontrar a menina, que ficava sozinha durante a manhã. Enquanto a mãe a procurava na casa de uma tia, o irmão seguiu as buscas dentro da residência e encontrou-a morta, embaixo do colchão.
O tio logo foi apontado como suspeito e as evidências foram reforçando a tese da polícia, como a inconsistência no depoimento do acusado.
Na cama da menina, foram encontradas impressões digitais de Gross, que afirmou que um dia antes havia ajudado a afilhada na limpeza da casa e tinha erguido a cama para que ela passasse a vassoura. Com base em contradições como estas e levando em consideração os depoimentos de parentes e testemunhas, o delegado responsável pela Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA) na época, Pablo Rocha, pediu a prisão temporária e posteriormente preventiva do acusado.