Ana Souza
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O Dia do Trabalhador, comemorado no dia 1º de maio, surgiu no ano de 1886, devido à grande manifestação de trabalhadores na cidade americana de Chicago por melhores condições de trabalho. A greve paralisou os Estados Unidos e no dia 3 de maio ocorreram vários confrontos contra a polícia e que no dia seguinte se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes. O manifesto ficou conhecido como a Revolta de Haymarket.
A luta dos trabalhadores expandiu-se mundialmente. Em 20 de junho de 1889, em Paris, a Segunda Internacional, uma Central Sindical, instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores que organizados lutavam pelas 8 horas de trabalho diário. E no dia 23 de abril de 1919, o senado francês aprovou a jornada de trabalho de 8 horas, instituindo o 1º de maio como feriado nacional.
Em 1920 a Rússia se tornaria o segundo país a adotar a data em homenagem aos trabalhadores. Cinco anos depois, em 1925, no governo de Artur Bernardes a data foi consolidada no Brasil. Mas, foi durante o mandato do presidente Getúlio Vargas que as principais medidas em benefício dos trabalhadores passaram a ser anunciadas, entre elas a instituição do salário mínimo, que passaria a vigorar no dia 4 de julho de 1940 – através do Decreto-Lei 2.162 –, e deveria suprir as necessidades básicas de uma família, ou seja, moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer. O salário mínimo já existia desde a década de 30, mas foi na década de 40 que passaria a ser oficializado.
Na época de seu surgimento, o salário mínimo tinha 14 valores diferentes cuja variação entre o menor e o maior era de 2,67 por cento. A atribuição desses valores era da seguinte forma: o país foi dividido em 22 regiões (os 20 estados da época mais o Distrito Federal e o território do Acre), que por sua vez foram divididas em 50 sub-regiões. Com o País dividido em regiões e sub-regiões, o mínimo entrou em vigor com valores que variavam de 90 mil réis, para localidades do interior do Nordeste, a 240 mil réis nas grandes cidades.
Um ano após a criação do Salário Mínimo, também no dia 1º de maio, Vargas criou a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, às relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.
Fotos: Rolf Steinhaus
Trabalhadores de diversos setores são homenageados no dia 1º de maio
Dia do Trabalhador no Brasil
Até o início da Era Vargas (1930-1945) certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituísse um grupo político muito forte, dado à pouca industrialização do país. Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo.
Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas socioeconômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia do Trabalho. Comemorada desde o final do século 19, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.
Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio de 1943. Fonte: wikipedia.org