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Chocolate, coelhos e cordeiros

Suilan Conrado
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O domingo mais doce do ano se aproxima. Cestas de chocolates, ovos de Páscoa e tantos outros doces espalhados pelas lojas e supermercados das cidades anunciam: o coelhinho chegou.

Rolf Steinhaus

Cestas de chocolate, ovos de páscoa e outros doces: o coelhinho chegou

Mas qual a origem desses símbolos e sua relação com a ressurreição de Jesus Cristo?

Os ovos de páscoa

Na antiguidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos.
Os ovos não eram comestíveis, como hoje. Eram mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza, nestes países, renascia florida e verde após um rigoroso inverno.

Rolf Steinhaus

Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição

Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovos escondidos pela casa, muito tradicional nos Estados Unidos.
Há algum tempo, inclusive no Brasil, o costume era pintar e enfeitar os ovos de galinha, sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido com açúcar e chocolate. Os ovos de Páscoa, como os de hoje, eram caros e pouco abundantes.

Os coelhos

A figura do coelho representa a fertilidade. O mamífero se reproduz rapidamente e em grandes quantidades.
Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo.

Divulgação/RJ

Coelho: símbolo de fertilidade e esperança de Vida Nova

No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.
Mas o que a reprodução tem a ver com os significados religiosos da Páscoa? Tanto no significado judeu quanto no cristão, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida nova.
A figura do coelho da Páscoa foi trazida para a América pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e início do XVIII.

O chocolate

Sua história tem início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda.
Na Europa aparece a partir do século XVI, tornando-se popular rapidamente. Era uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como bebida. Era considerado como alimento afrodisíaco e revigorante. Por isso, era reservado, em muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, como conhecemos, surgiram no século XX.

O Cordeiro

O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.

Divulgação/RJ

Antigo testamento: sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus

No Novo Testamento, Cristo é o Cordeiro de Deus sacrificado uma vez por todas em prol da salvação de toda a humanidade. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.

Pão e vinho

O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.

O porquê da Páscoa não ser no mesmo dia todo ano

A origem é a Páscoa dos judeus, comemorada sempre no domingo da primeira lua cheia da primavera (outono no hemisfério sul). Isso ocorre entre 22 de março e 24 de abril.
É uma das mais importantes festas do calendário judaico.
No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques. (Fonte consultada: www.suapesquisa.com.br)