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Especialistas alegam que é o fim de um ciclo e não há motivos para caos
Com o fim do ano de 2012 se aproximando, muita gente anda curiosa a respeito das teorias sobre o fim do mundo. Há quem acredite que o fim do calendário maia signifique a extinção da vida humana. Já outros creem que será o alinhamento dos planetas o responsável pelo fim dos humanos da Terra.
Teorias à parte, o mundo deve continuar existindo, assim como os humanos que o habitam. Para estudiosos da teoria Maia, como o músico santa-cruzense Marcelo Maya, o que vai acontecer é somente o fim de um ciclo de 26 mil anos, presente na história humana desde os homo sapiens.
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Marcelo Maya: somente o fim de um ciclo de 26 mil anos
“É como se estivéssemos durante a noite e o mundo fosse amanhecer”, explica Marcelo, acrescentando que outras correntes falam de um período de luz, paz e harmonia. “Transformações graduais estão acontecendo no planeta. Fatos físicos são inevitáveis”, acrescenta o músico sobre as teorias apocalípticas.
O estudioso da cultura Maia declara que o mundo não vai acabar, e sim passar por grandes transformações que já estão ocorrendo. “Vejo muitos tsunamis e terremotos nas mentes das pessoas do que no planeta”, ilustra o músico, afirmando que a mudança está na psique humana.
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Diversas teorias sobre o fim do mundo aguçam a curiosidade da população
Interesse pelo fim do mundo
Em matéria publicada no site Personare, o astrólogo e diretor técnico da Central Nacional de Astrologia, Rodolfo Veronese afirma que a suscetibilidade das pessoas em relação às previsões apocalípticas pode ter ligação com a promessa de uma vida melhor após a morte, difundida em algumas crenças.
“Algumas pessoas vivem sob uma tensão tão grande, que essa expectativa apocalíptica do futuro pode apenas representar uma profunda insatisfação com o presente. Geralmente, quem anseia pelo fim busca uma realidade isenta de dor e tristeza”, declara o astrólogo.
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Rodolfo Veronese: marketing juntou esoterismo e apocalipse para instigar a comoção popular
De acordo com Rodolfo, isso acontece porque algumas religiões descrevem cenários idílicos do pós-morte. No entanto, hoje em dia, a maioria dos líderes espirituais concorda que a busca da espiritualidade significa ter uma vida melhor e mais plena no presente, e não num futuro distante.
“O ano de 2012 é o fim de um ciclo. A expectativa da catástrofe apareceu porque, justamente nesse trecho do calendário, havia uma falha que impedia a leitura. O marketing achou nisso uma mistura de esoterismo com apocalipse, ou seja, um prato cheio para instigar a comoção popular”, avalia Veronese.
O fato do Calendário Maia acabar significa o fim do mundo?
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Os Maias, responsáveis pelo calendário, nunca afirmaram nada sobre o fim do mundo
Com a chegada do fim do ano, aumentaram as especulações sobre o término do Calendário Maia. Nas inscrições esculpidas no século VII pelo povo Maia, guardadas pelo Instituto Nacional de Antropologia e História do México, há uma referência ao final de um ciclo, que convertida para nosso calendário seria amanhã.
De acordo com o astrólogo do Personare, Alexey Dodworth, o calendário Maia acaba, de fato, em dezembro de 2012, só que isso não significa nada, além disso. “É como se as futuras gerações encontrassem uma folha de calendário nossa que acabasse no dia 31 de dezembro de um ano qualquer”, explica.
Alexey ressalta que os maias nunca fizeram uma profecia sobre o fim do mundo. “Não existe nada escrito em lugar nenhum, dos maias dizendo que o mundo iria acabar e nem que iria haver uma grande transformação. Não há nada disso em canto algum”, explica o astrólogo do Personare.
“O que efetivamente existe é um calendário que acaba e que, convertendo para o nosso calendário, acontece no fim de dezembro de 2012. Mesmo que houvesse uma profecia, digamos de que o mundo iria acabar nesta data, não significa necessariamente que iria acontecer”, acrescenta Alexey.
Conforme o astrólogo, que também estuda astronomia e astrofísica, culturas diferentes criam mitos diferentes e esses não falam de uma verdade factual, mas retratam uma verdade mítica, simbólica, que não necessariamente acontece na realidade dos fatos.
Para Alexey, que estuda na Universidade de São Paulo (USP), as catástrofes astronômicas e planetárias que podem ocorrer são infinitamente mais raras do que coisas que demandam prudência das pessoas, como sofrer acidentes, assaltos ou até ser acometido por alguma doença.