Início Geral Setor do tabaco preparado para combater o trabalho infantil

Setor do tabaco preparado para combater o trabalho infantil

Entre 10 e 13 de setembro, Santa Cruz do Sul foi sede do Treinamento Crescer Legal – Desafios para uma Consciência Sustentável, que reuniu mais de 200 profissionais para discutir ações de prevenção ao trabalho infantil. Promovido pelo SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), empresas associadas e Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), o treinamento pode ser considerado o maior trabalho realizado por empresas privadas para a proteção da criança e do adolescente.
“Estamos apostando no trabalho dos orientadores agrícolas para repassar a mensagem de que o trabalho no plantio, colheita, beneficiamento ou industrialização do tabaco só é permitido a partir dos 18 anos. Sabemos que houve inúmeros avanços no sentido da conscientização. Entretanto, enquanto tivermos uma única criança trabalhando, ainda teremos um problema a ser resolvido”, afirmou o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, na abertura dos encontros realizados no Hotel Águas Claras. Além dos treinamentos, o SindiTabaco e a Afubra promovem anualmente Ciclos de Conscientização sobre o tema, voltado a produtores rurais. Em 2012, o 4º Ciclo reuniu mais de 3 mil pessoas, em oito municípios da Região Sul.

Valmor Rossetto

Práticas de liderança e motivação estiveram entre as atividades do treinamento

“Além de protegermos crianças e adolescentes, estamos protegendo o mercado brasileiro de tabaco, que desde 1993 é considerado o maior exportador mundial. Em 2011, o tabaco brasileiro foi destinado para mais de 100 países e a União Europeia levou mais de 40% da produção. Nossos clientes buscam um tabaco de qualidade e integridade, bem como um produto sustentável”, frisou Schünke.
As atividades do treinamento seguem nos dias 18 e 19 de setembro, em Santa Maria, e nos dias 2 a 5 de outubro, em Pelotas, orientadas pela Escola de Negócios da Universidade Positivo, de Curitiba. O papel das organizações, do produtor, do orientador e da sociedade no combate ao trabalho infantil na cultura do tabaco são alguns dos temas discutidos pelo grupo, bem como os princípios da sustentabilidade e cases sobre o impacto da mão de obra infantil em setores produtivos.

LEGISLAÇÃO
De acordo com a legislação vigente, a idade mínima para ingresso no mercado de trabalho é de 16 anos. Algumas atividades de aprendizagem estão liberadas a partir dos 14 anos, desde que acompanhadas. No tabaco, o argumento legal está ancorado em uma recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), regulamentada pelo Brasil por meio do decreto nº 6.481, de 2008, que coloca o tabaco na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos.

Prejuízos do trabalho de crianças e adolescentes
– Prejudica a saúde e o desenvolvimento físico e psíquico;
– Riscos de doenças infecciosas, desnutrição e fadiga precoce;
– No sistema nervoso, a exposição crônica ao trabalho irregular pode desencadear tontura, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar;
– Dificuldade para estabelecer vínculos afetivos, gerando adultos tímidos;
– Maior incidência de repetência e abandono da escola;
– Empobrecimento do meio rural: quanto mais prematura a inserção no mercado de trabalho, menor a renda auferida ao longo da vida;
– Diminui a credibilidade do produto brasileiro no mercado mundial, podendo prejudicar a exportação do produto para clientes internacionais.

Devolução de embalagens em 45 municípios gaúchos

Os produtores de tabaco de 45 municípios no sul e litoral do Rio Grande do Sul poderão destinar suas embalagens vazias de agrotóxicos tríplices lavadas a partir da próxima segunda-feira, 17 de setembro. O Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, desenvolvido anualmente de forma itinerante pelo SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco) e empresas associadas, em parceria com a Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), percorre a região até 15 de janeiro de 2013.


Caminhões recolhem embalagens vazias

“O programa leva aos produtores de tabaco a oportunidade de destinar corretamente os recipientes vazios de agrotóxicos, inclusive aqueles que tenham sido utilizados em outras culturas”, destaca o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. Aos produtores que aderem ao programa e entregam as embalagens tríplices lavadas, são fornecidos recibos – fundamentais para apresentação aos órgãos de fiscalização ambiental, uma vez que a devolução é obrigatória, desde 2002.
Municípios que fazem parte do roteiro: Amaral Ferrador, Arambaré, Arroio do Padre, Arroio dos Ratos, Arroio Grande, Barão do Triunfo, Barra do Ribeiro, Butiá, Camaquã, Canguçu, Capão do Leão, Caraá, Cerrito, Cerro Grande do Sul, Charqueadas, Chuvisca, Cristal, Dom Feliciano, Eldorado do Sul, Encruzilhada do Sul, Gravataí, Guaíba, Mampituba, Maquiné, Mariana Pimentel, Morro Redondo, Pedro Osório, Pelotas, Piratini, Rio Grande, Riozinho, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, São Jerônimo, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Sentinela do Sul, Sertão Santana, Tapes, Taquara, Tavares, Terra de Areia, Torres e Turuçu.