Início Geral Hoje é o dia de homenagear os profissionais metalúrgicos

Hoje é o dia de homenagear os profissionais metalúrgicos

Constituindo-se uma das mais numerosas classes de trabalhadores de nosso país, os metalúrgicos comemoram hoje, 21 de abril, seu dia. A classe tem como patrono o mártir da Inconfidência Mineira, Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), que além de alferes e dentista prático, exercia a profissão de ferreiro. Seu exemplo de luta tornou-o um modelo para todos os profissionais ligados ao ramo da Metalurgia. Foi no dia 21 de abril de 1792, que o revolucionário Tiradentes foi enforcado e teve o corpo esquartejado por liderar um movimento contra a Derrama, excesso de impostos que Portugal impunha aos brasileiros.
A Metalurgia – trabalho de extrair e manipular os metais a partir dos seus minérios – surgiu em 3.700 anos A.C. Naquela época, sumérios e egípcios fundiam prata e ouro. Já em 1730, na Inglaterra, ocorreu a fundição do zinco e, através do inglês Benjamim Huntiman, dez anos depois, a do aço. Com a queda da economia cafeeira, na década de 1930, o progresso industrial se desenvolveu no Brasil. A produção passou a ser em série e em larga escala, fazendo com que diversos trabalhadores deixassem a lida do campo para buscar emprego na cidade. Profissões como o de operário industrial, operador de máquinas, encarregado de produção foram se destacando e estes deram origem ao metalúrgico.

CONQUISTAS

Os metalúrgicos brasileiros têm um histórico intenso de lutas sindicais, e foi a partir delas que os direitos trabalhistas ganharam força. Além disso, essas mobilizações são apontadas como essenciais na formação do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir de 1979, e da Central Única dos Trabalhadores, fundada em agosto de 1983. O presidente Lula fazia parte dessa classe de trabalhadores, e se projetou pelas suas conquistas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Aposentou-se como torneiro-mecânico e fundador e primeiro presidente do PT.

CAMPOS DE ATUAÇÃO

O profissional que atua no ramo da Metalurgia tem um vasto campo de atuação, em diversas áreas, conforme o seu conhecimento. Por exemplo o de formação técnica dá forma e acabamento aos diversos produtos derivados dos metais, já o de formação superior e científica – Engenheiro Metalúrgico – se ocupa da extração de minérios, sua transformação em metais e ligas metálicas e a utilização na produção de máquinas, estruturas metálicas ou peças.

Gilvandro Gurgel

Os metalúrgicos brasileiros têm um histórico intenso de lutas sindicais

Divulgação/RJ

Profissional que atua no ramo da Metalurgia tem um vasto campo de atuação

Denilson Moraes

Tiradentes: patrono da classe dos Metalúrgicos

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Metais: uma ambição antiga

Mal aportaram em nossas terras, os portugueses já procuraram se comunicar com os nativos a fim de descobrir ferro, prata e ouro. Era este um dos objetivos das navegações exploradoras do século 15. A presença de riquezas em abundância contribuiu para que a colonização do Brasil fosse de exploração e não de povoamento. Nosso país era a fonte para extração de bens preciosos, como o pau-brasil e os metais.
Conforme surgiam novos povoados na colônia, começavam a se destacar os pequenos trabalhadores e, entre eles, os artesãos. Homens que conheciam a arte de fundir o ferro – uma arte passada de pai para filho – já forjavam materiais para serem usados como ferramentas ou utensílios domésticos.
A primeira fábrica de ferro surgiu em 1590, onde hoje fica Sorocaba, no interior do estado de São Paulo. O mérito se deve a Afonso Sardinha, que descobriu o minério magnético (magnetita) e passou a produzir ferro a partir de sua redução, utilizando como redutor o coque.
Com o crescimento da indústria canavieira, as forjas atendiam a casas de engenho, fornecendo equipamentos como caldeiras e moendas. Entretanto, mesmo com a demanda, Portugal proibia o Brasil de possuir indústrias, para que não houvesse produtos que concorressem com os que eram importados da metrópole. Por isto, as forjas eram bem rústicas.
Já o trabalho com os metais preciosos esteve voltado principalmente à decoração de igrejas. A abundância do ouro, principalmente no estado de Minas Gerais, fez surgir a demanda por casas de cunhagem e de fundição. E Portugal teve que ceder à construção de algumas forjas, ainda que rústicas, na região, já que o relevo montanhoso dificultava o transporte dos equipamentos vindos da Europa.
Sobrevivendo às pressões e proibições de Portugal, estas forjas precárias prevaleceram no Brasil até 1808, com a chegada da corte portuguesa. Um pouco antes disto, em 1795, uma fábrica de ferro já fora liberada para se estabelecer em São Paulo e, em seguida, em Minas Gerais, dado seu enorme potencial para usinas de ferro e aço.
No início do século 19, mesmo com permissão para se instalarem e operarem livremente, as indústrias de metais ainda encontravam dificuldades: muitos equipamentos eram importados da Inglaterra a preços elevados e as taxas de exportação dos metais também era alta; não havia mão-de-obra suficientemente bem treinada.

Indústrias que marcaram época

– Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, na região de Sorocaba (SP);
– Real Usina de Ferro do Morro do Pilar, em Minas Gerais;
– Usina Patriótica, conhecida como Usina da Prata, em Congonhas do Campo (MG);
– Fábrica de São Miguel de Piracicaba, na região de Caetés (MG);
– Fábrica Ponta d’Areia, em Niterói (RJ);
– Usina Esperança, em Itabirito (MG)

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Sindicato: 74 anos de atuação no município e região

No dia 9 de abril de 1938 surgia um grande aliado na luta dos metalúrgicos e que beneficiaria estes com diversos serviços. Nesta data foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Santa Cruz do Sul.
Com base territorial nas cidades de Vera Cruz, Rio Pardo, Pântano Grande, Candelária, Sinimbu, Vale do Sul, Herveiras, Gramado Xavier e Passo do Sobrado, o Sindicato presta diversos serviços e vantagens aos funcionários da classe Metalúrgica. Tem sede própria na Rua Fernando Abott, 983, e sede campestre na RST 471, próximo ao Pedágio Santa Cruz.
Segundo o presidente do Sindicato, Gilberto Saraiva – que há 27 anos faz parte como integrante, sendo um mandato como secretário, seis presidente e dois tesoureiro – diversos eventos marcaram o ano para os Metalúrgicos que fazem parte como associados. No dia 18 de fevereiro, o 5º Encontro dos Aposentados Metalúrgicos; no dia 1º de março aconteceu a Plenária Estadual da data-base da Campanha Salarial. “Também foram realizadas as eleições para o Conselho Municipal de Saúde. Sendo que três cadeiras foram para integrantes do Sindicato”, acrescentou Saraiva.
Ele frisa que o grande enfoque do Sindicato é na área da saúde. “Atuamos na defesa do trabalhador, com foco voltado na saúde preventiva. Em maio faremos mudanças estruturais no prédio, com a instalação de um Centro Administrativo em uma área secundária ou nos fundos do prédio atual. No local serão dadas informações aos associados e encaminhadas rescisões de contratos, iremos separar estas questões que hoje estão junto da área da saúde.”
Para finalizar o presidente falou da importância do Dia do Metalúrgico. “É uma data para lembrar do mártir Tiradentes, o patrono dos Metalúrgicos. Ele trabalhou pelo povo e assim nós do Sindicato trabalhamos pelos Metalúrgicos.”

Ana Souza

Saraiva: data para lembrar a luta da classe dos Metalúrgicos

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Posse festiva marcou a data

Em comemoração do Dia do Metalúrgico, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Cruz do Sul e Região realizou ontem, dia 20, a posse festiva da diretoria 2012/2015. O diretoria, presidida por Gilberto Saraiva, foi eleita no dia 22 de fevereiro com 94% de aprovação. O evento foi realizado na Sede Centro do Sindicato, às 19h30min, e tornou-se um grande momento de confraternização.

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Aposentados Metalúrgicos participam de encontro

No dia 18 de fevereiro é comemorado o Dia do Aposentado Metalúrgico de Santa Cruz do Sul e Região. Para marcar a data ocorreu no dia 17 de fevereiro um evento festivo na Sede Campestre do Sindicato. A 5ª edição do encontro iniciou às 10h e se estendeu até o final do dia.
Aposentados e familiares aproveitaram as instalações da sede campestre e usufruíram do salão de jogos, piscinas e a sombra dos quiosques. Uma das atrações foi o tradicional bingo que animou os participantes. Brindes também foram sorteados durante o encontro.
Um almoço de confraternização também marcou a festividade. No cardápio: porco assado, churrasco e carne de ovelha (doada pelo aposentado Alfeu Ferreira). E no café da manhã pastel e enroladinho de salsicha. E para o 6º Encontro dos Aposentados Metalúrgicos já está garantido para o almoço um porco que será doado pelo aposentado Jarson Paulo Hermann.

MOMENTO ESPECIAL

A festividade foi marcada por um momento especial. O Sindicato entregou brindes e fez homenagens para o aposentado metalúrgico mais novo, Adalberto Soares da Rosa, de 53 anos e o mais velho, João Francisco de Freitas, 83 anos. “Os aposentados não podem ser esquecidos, pela grande contribuição na organização do Sindicato”, completou o presidente Gilberto Saraiva.

Fotos: Divulgação/RJ

Momentos de integração marcaram o evento festivo

Adalberto, aposentado mais novo e João, aposentado mais velho

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Metalurgia no Brasil do século 20

O grande processo de industrialização ocorrido no Brasil, na década de 50, foi marcado principalmente por uma drástica redução nas importações de materiais da indústria metalúrgica. Houve um aumento significativo da produção no setor, principalmente na siderurgia.
Isto, somando-se à inovação tecnológica na década de 70, fez com que nosso país ganhasse posição de destaque na metalurgia, sendo hoje um dos 10 maiores produtores de aço do mundo. São mais de 24 milhões de toneladas de aço bruto produzidas por ano, segundo a Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais. Várias crises nos anos 70 despertaram para a necessidade de se renovarem os métodos de produção, gerando menos desperdício de energia; para transpor as crises, foram necessárias criatividade e pesquisas, das quais hoje colhemos os frutos.
Além do aço bruto, o Brasil é grande produtor e exportador de ferroligas: produz mais de um milhão de toneladas por ano e é o terceiro do mundo, atrás apenas da África do Sul e da França.