Alyne Motta – [email protected]
A síndrome de Down é uma ocorrência cromossômica natural e universal, que sempre fez parte da humanidade, estando presente em todos os gêneros, raças e classes sociais. Ela afeta 1 em cada 800 nascidos vivos, embora haja variações consideráveis em todo o mundo.
Durante o desenvolvimento das células do embrião são formados 47 cromossomos no lugar dos 46 que se formam normalmente. Esta alteração genética acontece no par 21 do cromossomo X. Portanto, a Síndrome de Down não pode ser tratada como uma doença.
Muitas crianças com Síndrome de Down nascem de mães com menos de 35 anos, porém, a maior probabilidade acontece com mães em idade avançada, tornando-se frequente em pessoas com mais de 35 anos.
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Síndrome foi abordada na novela Páginas da Vida, em 2006, com Joana Mocarzel
De acordo com a coordenadora Técnica da Escola de Educação Especial Interativa, mantida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santa Cruz do Sul, Verônica Scardoeli, os portadores da Síndrome de Down possuem um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
“Este atraso, quando estimulado desde cedo, faz com que as crianças possuam um bom desenvolvimento futuro”, comenta Verônica. “Com um atendimento constante, é possível que os portadores da Síndrome de Down sejam inseridos em escolas regulares”, garante a coordenadora.
Conforme a diretora da Escola, Cisele Sehn Borba, o fundamental para as crianças com esta síndrome é inseri-las, o quanto antes, no convívio da sociedade. “Os portadores da síndrome se sentem capazes de tudo e passam a ter uma vida social dita normal”, afirma. “Não existem limites para eles”, acrescenta Verônica.
Para fazer com que as crianças portadoras de Síndrome de Down sejam estimuladas, a Apae de Santa Cruz do Sul oferece atendimento com fonoaudióloga, fisioterapeuta, neurologista, psicólogos, educadores especiais, técnicos de enfermagem e terapeuta ocupacional.
Os professores especializados dão um atendimento constante nas aulas de equoterapia, informática, dança, música, educação física, atletismo, entre outras. A prova de que as crianças são inseridas na rotina foi a criação, há mais de 10 anos, da Banda Downfama, composta atualmente por 08 alunos.
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Banda Downfama é um dos estímulos para os alunos da Apae
“Nosso principal objetivo, como educadores e profissionais, é fazer a criança superar suas limitações e mostrar que ela é capaz de tudo”, declara Verônica. A data serve para pensar na evolução da sociedade. “A síndrome vem sendo desmistificada, aumentando a inclusão e fazendo o preconceito diminuir”, explica Cisele.
Dia Internacional da Síndrome de Down
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Campanhas mostram que não existem diferenças e que portadores são normais
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi criado pela Down Syndrome International e é comemorado desde 2006. A data escolhida foi 21 de março (21 / 3) para representar a singularidade da triplicação (trissomia) do cromossomo 21 que causa esta ocorrência genética.
O objetivo do dia é disseminar informações sobre a síndrome de Down e conscientizar a população sobre a importância da promoção do direito inerente às pessoas com síndrome de Down de desfrutar uma vida plena e digna, como membros ativos e valorizados em suas comunidades e na sociedade.
Uma resolução foi proposta e promovida pelo Brasil, e co-patrocinada por 78 Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU), para designar 21 de março como “Dia Internacional da Síndrome de Down”, sendo aprovada por consenso pela Assembléia Geral da ONU, em dezembro de 2011.