Início Geral PROGRAMA ARISE: Arroio do Tigre agora é referência mundial

PROGRAMA ARISE: Arroio do Tigre agora é referência mundial

 

Fotos: Rolf Steinhaus
Eduardo Renner /JTI, Renato Mendes/OIT, Flávio Goulart/JTI, Luísa Siqueira/WI, Tâmara Soares/Secretaria da Justiça RS, Marciano Ravanello/prefeito, Márcia Santana/secretária Política para Mulheres, Lars Johansen/OIT, Julia Miller/WI, Peggy Hermann-Ljubicic/JTI Genebra e a presidente da FPE/ STDS, Nadir Machado.
 

PROGRAMA ARISE

Erradicação do Trabalho Infantil em foco

Parceria inédita entre JTI, Organização Internacional do Trabalho e Winrock na quarta-feira, em Arroio do Tigre, aposta no acesso à educação

Mara Pante
 
Arroio do Tigre, município da região centro-serra e distante 96 quilômetros de Santa Cruz do Sul, virou centro das atenções na manhã de quarta-feira, 08, com o lançamento do Programa Arise – Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação. Parceria inédita entre a Japan Tobaco – JTI, a Organização Internacional do Trabalho – OIT e a Winrock Internacional – WI – agência especializada em desenvolvimento agrícola -, o programa vem contribuir para a eliminação do trabalho infantil em Linha São Roque, distrito de Arroio do Tigre e se tornar referência internacional para o setor. Presenças de porte deram magnitude ao evento que aconteceu no Clube 25 de Julho.
O gerente de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI, Flavio Goulart apresentou o Arise, seguido do vice-presidente da JTI para a América do Sul, Eduardo Renner, que pontuou a importância do projeto. Também se pronunciaram, a gerente de Assuntos Corporativos da JTI Genebra, Peggy Hermann-Ljubicic; a oficial de Projetos da Winrock International, Julia Miller, e a diretora do Projeto, Luísa Siqueira; o oficial de Projetos para as Américas da OIT, Lars Johansen; Renato Mendes da OIT, a secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, Márcia Santana; a secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Carmen Silveira de Oliveira; a diretora de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Tâmara Biolo Soares, e o prefeito de Arroio do Tigre, Marciano Ravanello.
 
Evento aconteceu no Clube 25 de Julho, com a presença de 120 convidados entre autoridades e lideranças dando início ao desenvolvimento do Programa Arise
 
 

COMO FUNCIONA

O Programa tem duração de três anos, foi criado para contribuir na prevenção e redução do trabalho infantil no Brasil e no Malawi (África Oriental), abordando os fatores sociais, culturais e econômicos que levam os produtores de tabaco a envolver crianças em atividades de trabalho. O Arise promove melhoria do acesso à educação de qualidade para crianças e adolescentes, a sensibilização e conscientização sobre a legislação referente a trabalho infantil, fornecimento de recursos para as comunidades produtoras de tabaco sedes do programa. Objetiva também aprimorar os modelos regulatórios existentes e contribuir para a melhoria das práticas laborais, trabalhando junto com os governos em nível municipal, estadual e federal, sindicatos e movimentos sociais. O Arise integra o Programa Crescer Legal, desenvolvido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco – SindiTabaco e foi desenvolvido especificamente para a JTI nas comunidades onde a empresa compra tabaco. 
 
 

ENVOLVIMENTO

“Arroio do Tigre foi uma escolha natural para iniciar nosso programa, já que é um município importante para a JTI, que concentra o maior número de produtores integrados à empresa no Rio Grande do Sul e onde encontramos apoio do governo local e de organizações comunitárias para implementar as ações “, destacou o vice-presidente da JTI para a América do Sul, Eduardo Renner (foto). “Com a experiência de nossos parceiros, Winrock Internacional e OIT e com o apoio do governo, esperamos constantemente monitorar e melhorar o programa e estendê-lo a outros municípios”.
 
 
 
Já a diretora do Arise pela Winrock Internacional, Luisa Siqueira (foto), enfatizou que o trabalho infantil resulta de uma série de fatores,
incluindo as lacunas nos sistemas de educação e fatores culturais. “A Winrock tem uma abordagem integrada que suporta uma mudança positiva na sensibilização, educação, condições de vida e desenvolvimento agrícola. Estamos satisfeitos que a JTI tenha abraçado esta abordagem integrada em um esforço para propiciar uma redução sustentável no trabalho infantil no setor do tabaco do Brasil”, ressaltou.
 
 
A gerente de Assuntos Corporativos da JTI Genebra, Peggy
Hermann-Ljubicic, falou em português, ressaltando que a JTI leva a questão do trabalho infantil muito a sério e que este assunto tão complexo deve ser abordado para se promover mudanças. “O resultado não pode ser obtido por uma empresa agindo sozinha”, pontuou, enfatizando a parceria com entidades fortes como a OIT e a WI e o envolvimento dos produtores de tabaco e suas lideranças.
 
O oficial de Projetos da OIT para as Américas, Lars Johansen, discursou em espanhol e foi traduzido por Renato Mendes da OIT: se desculpou por estar a tanto tempo no Brasil e ainda não falar português fluentemente, apenas entender. Lembrou que a OIT fundada em 1919, é fruto do Tratado de Versailles pondo fim à 1ª Guerra Mundial, que deu início às convenções do trabalho. O artigo 5 destas convenções fala sobre o trabalho infantil – prioridade da OIT desde sua fundação. No Brasil, o Programa Internacional para Eliminação do trabalho Infantil – Ipec tem 20 anos.
 
A diretora de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Tâmara Biolo Soares, apontou a vitimização da infância e a baixa escolaridade como causas preocupantes: 70% dos ocupantes do presídio central tem menos de 29 anos e 4ª ou 5ª série do ensino fundamental, ou seja, a chance de cair na criminalidade e desregrar é rompendo o processo de formação. Também alertou que o mapa da violência mudou em 2011, violência e drogas estão interiorizando para a zona rural. “Só com o empoderamento da juventude, esta poderá escolher o caminho certo”, concluiu.