A guerra para eliminar os focos do inimigo número um da população, o temível Aedes aegypty, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya, está ganhando as ruas de Santa Cruz do Sul e promete envolver toda a comunidade. O estado é de alerta e o momento agora é de intensificar as ações para que dentro de um período de doze meses, o município livre-se da condição de infestado pelo mosquito.
Na tarde desta quarta-feira, 24 de fevereiro, 80 agentes comunitários de saúde e 15 agentes de combate a endemias participaram de mais uma capacitação de prevenção e controle do Aedes aegypti, na sala 101 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A equipe da Vigilância Epidemiológica apresentou para o grupo o Plano de Ação que será colocado em prática pelos próximos meses. Embora não haja nenhum caso de dengue contraída dentro do município, a doença é endêmica no Brasil e o país é responsável por 75% dos casos na América Latina.
Até o final do mês de março, todos os imóveis existentes nos 38 bairros de Santa Cruz do Sul serão percorridos pelos agentes de saúde em busca de possíveis focos e criadouros. As visitas serão repetidas novamente nos meses de abril e maio. “Faremos um trabalho de vigília constante, vamos continuar na mesma tarefa e se fizermos tudo certo acredito que daqui a 12 meses o município sairá da condição de infestado pelo Aedes”, disse o coordenador municipal de ações de combate à dengue Leonardo Rodrigues.
Nesta grande ofensiva para proteger a população, serão visitados cerca de 38 mil domicílios, entre estabelecimentos comerciais, residenciais e outros, situados na sede. In loco, os agentes preencherão formulários sobre a situação de cada domicílio. Além de levar orientações sobre como prevenir o surgimento das larvas, os agentes terão a missão de ensinar aos moradores a conduta correta para eliminação de criadouros. Potes, pneus ou quaisquer tipos de recipientes onde haja água parada deverão ser eliminados. “Não podemos de jeito nenhum dizer que a doença (dengue) se espalhou e é por isso que estamos aqui. Prevenir é o nosso foco”, destacou Leonardo.
Conforme explica a enfermeira Naiara Koch, coordenadora do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, por determinação do Ministério da Saúde, todos os agentes deverão dedicar 20 horas semanais para desenvolver atividades exclusivamente relacionadas ao controle ambiental do vetor e a busca de focos nos domicílios e na comunidade. Para viabilizar a estratégia de combate, os 38 bairros foram divididos em oito grandes áreas. Cada uma dessas áreas terá um grupo de agentes de saúde atuando intensivamente, sob a coordenação de um agente de endemias.
Para o secretário municipal de Saúde, Henrique Hermany, fundamental para a eficácia das ações de combate ao Aedes aegypti é a cooperação dos moradores na hora da visita. “Esperamos contar com a boa vontade da população nesta empreitada. Abrir as portas para o agente de saúde é meio caminho andado para afastar de vez o fantasma da dengue e Santa Cruz do Sul, com certeza, não vai querer perder a guerra para o mosquito”.