Jéssica Ferreira
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As mobilizações contra o ‘Aedes aegypti’ – mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus –, não param. Após o país aderir a um mutirão contra o ‘Aedes aegypti’ no último sábado, 13, diversas cidades seguirão realizando ações de conscientização.
Em Santa Cruz do Sul, a Prefeitura através da Secretaria Municipal da Saúde e o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), seguiram nesta terça-feira, 16, com a operação força-tarefa na luta contra o mosquito transmissor de doenças.
No sábado, a meta da Prefeitura era atingir 52 mil propriedades nos 36 bairros do município, entretanto, somente 26.364 mil foram visitadas, conforme o balanço apresentado pelo 7º BIB. Segundo o comandante do 7º BIB, tenente-coronel Kurt Everton Werberich, serão 88 soldados que estarão acompanhando os agentes de saúde até sexta-feira, 19, para que assim, seja atingido 100% de imóveis visitados.
Ainda segundo ele, desta vez, além das ações de distribuição de informativos e orientações dadas aos moradores em respeito às prevenções, os militares também atuarão na eliminação de possíveis criadouros de larvas que encontrarem nos terrenos visitados.
As equipes que estão atuando nas mobilizações estão distribuídas em 22 grupos, somando um total de 100 pessoas. Um dos bairros que está trazendo uma grande preocupação é o Schulz, onde foram identificados nove focos de larvas do mosquito, deixando assim, Santa Cruz em situação de infestação – no sábado, foram realizadas visitas em 60 imóveis no bairro.
A mobilização desta terça-feira iniciou às 8 horas da manhã e se estendeu até as 17 horas. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Henrique Hermany, é extremamente importante conscientizar a população na luta contra o mosquito. “Temos que nos unir e vencer esta guerra. Com o apoio de toda a comunidade santa-cruzense iremos, com certeza, afastar este perigo. Este é um momento muito importante de conscientização, mobilização e de união para ganharmos esta batalha contra o mosquito.”
Dengue, zika e chikungunya
Em 2016, foram registrados até o dia 23 de janeiro 73.872 casos de dengue em todo o país. Neste mesmo período, em 2015, foram registrados 49.857 casos, isto é, um aumento de 48%. Contudo, a situação é ainda mais preocupante, quando se levado em conta que 2015 já foi recordista em casos de dengue com 1,6 milhão de casos em todo o ano, sendo o maior número desde o início dos registros, em 1990.
O vírus da zika, que passou a ter transmissão local no Brasil em abril de 2015, já existe em 22 unidades da federação – sendo que a maior preocupação, no caso desse vírus, é a associação provável com o aumento de casos de microcefalia no país. Conforme dados levantados pelo Ministério da Saúde, já existem 5.079 notificações de suspeita de microcefalia no país. Já a febre chikungunya, que também chegou recentemente ao país, já teve casos em 12 unidades da federação e, em 2015, teve 20.662 casos notificados.
Faça sua parte #ZicaZero
Não importa se você mora em casa ou apartamento, o ‘Aedes aegypti’ pode encontrar um recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir.
O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso é preciso estar atento sempre. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, pode facilmente se tornar um foco e afetar toda a vizinhança.
A caixa d’água, por exemplo, pode ser um criadouro e deve estar sempre vedada. A calha de uma casa também pode abrigar focos, por isso mantenha-a totalmente limpa. Pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações podem evitar o nascimento do mosquito.
Os ovos do ‘Aedes aegypti’ podem ficar aderidos às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante este período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça e, consequentemente, a transmissão. Por isso, é necessário lavar os recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha.
É importante ficar atento com a área externa de casas e condomínios. Deve-se manter piscinas e áreas de hidromassagem cobertas e fazer manutenção periódica. Limpe ralos e canaletas externas. Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água. Atenção com plantas